Janira Hopffer Almada quer “condições para que cada emigrante seja embaixador da cultura cabo-verdiana no país de acolhimento”

A líder da oposição em Cabo Verde, Janira Hopffer, disse à Lusa que procurou a construção de um país “para todos” e uma “nação global”, com especial participação dos emigrados.

A Presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) realizou uma visita aos EUA, onde partilhou visões sobre a situação no país com a diáspora cabo-verdiana e onde promoveu a ideia de “um Cabo Verde para todos”, afirmou em entrevista à Lusa. “Quando pretendemos uma visão de Cabo Verde para todos é porque infelizmente, na nossa perspetiva, Cabo Verde está a ser governado apenas para alguns”, declarou Janira Hopffer Almada, referindo problemas ao nível dos transportes aéreos, da segurança e criminalidade e da saúde. “Dizem-nos que a economia está a crescer a 5%, no entanto as pessoas não sentem esse crescimento, porque o crescimento não é inclusivo”, acrescentou, referindo que “nem os salários são aumentados, nem a economia gera empregos dignos para os jovens”.

Janira Hopffer Almada defendeu que “é possível garantir uma nação global, com realizações dos habitantes de Cabo Verde e da diáspora espalhada pelo mundo”.

A Deputada do principal partido da oposição partilhou três pilares para a diáspora ter uma “melhor estratégia ao serviço do país”: os investimentos, a dimensão cultural – “criando condições para que cada emigrante seja embaixador da cultura cabo-verdiana no país de acolhimento” -, e o conhecimento, para aproveitar o potencial dos emigrantes.

“Neste momento, as remessas dos emigrantes ultrapassam o investimento estrangeiro em Cabo Verde”, referiu a Deputada.

As remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos para o país natal atingiram, de janeiro a novembro de 2019, os 17.434 milhões de escudos (157,5 milhões de euros), aproximando-se de um novo registo máximo, segundo um boletim estatístico do Banco de Cabo Verde.

“Temos muitas famílias cuja condição de vida é garantida também com uma grande colaboração dos emigrantes”, lembrou Janira Hopffer Almada, notando que as preocupações são partilhadas pelos emigrantes, que “gostariam que o país estivesse melhor”.

A Deputada cabo-verdiana notou que as novas gerações, mesmo as que não nasceram em Cabo Verde, levam um “amor” ao país e querem dar o seu contributo, porque “a ligação transmite-se de pai e mãe para filho e filha e acaba por se consolidar”.

“Cada jovem que acredita no país, que quer contribuir e que se disponibiliza para ajudar a edificar a terra com que todos sonhamos, é sempre uma força, inspiração e grande motivação”, concluiu.

 

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