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O fadista Carlos do Carmo morreu hoje de manhã aos 81 anos no hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse à Lusa o filho Alfredo do Carmo.
Nascido em Lisboa, em 21 de dezembro de 1939, Carlos do Carmo era filho da fadista Lucília do Carmo (1919-1998) e do livreiro Alfredo Almeida, proprietários da casa de fados O Faia, onde começou a cantar, até iniciar a carreira artística em 1964.
Carlos do Carmo foi o “padrinho” da Sala Vasco da Gama, em Valenton, no edifício da Rádio Alfa, porque Armando Lopes convidou-o para a bertura daquele espaço, em 1997.
O fadista português mais premiado de sempre, cantou em Paris, pela última vez, no dia 4 de novembro de 2017, no Grand Rex.
Vencedor do Grammy Latino de Carreira, que recebeu em 2014, o seu percurso passou pelos principais palcos mundiais, do Olympia, em Paris, à Ópera de Frankfurt, do ‘Canecão’, no Rio de Janeiro, ao Royal Albert Hall, em Londres.
A Enciclopédia da Música Portuguesa no Século XX aponta Carlos do Carmo como “um dos maiores referenciais” no fado.
Foi um dos principais e mais determinantes embaixadores da Candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade, e desempenhou um “papel fundamental na divulgação dos maiores poetas portugueses”, como destacou o júri do Prémio Vasco Graça Moura de Cidadania Cultural.
O fadista celebrizou canções como “Bairro Alto”, “Fado Penélope”, “Os Putos”, “Um Homem na Cidade”, “Uma Flor de Verde Pinho”, “Canoas do Tejo”, “Lisboa, Menina e Moça”.
Carlos do Carmo despediu-se dos palcos no passado dia 09 de novembro de 2019, com um concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, tendo recebido na altura a Medalha de Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, pelo seu “inestimável contributo” para a música portuguesa.
A medalha foi a última, entre várias distinções que recebeu, ao longo de um percurso artístico de 57 anos.
Quando da despedida dos palcos, disse, em entrevista à Lusa: “Fiz este meu caminho que não foi das pedras, mas que considero um caminho sempre saudável e que me levou sempre a ter uma perspetiva de ser solidário com os meus companheiros (…). Não me recordo de ter feito uma sacanice a um colega de profissão. E, para esta nova geração, estou de braços abertos”.
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