Opinião: Eleições europeias, nos dias 8 e 9 de junho nos Consulados portugueses em França


Sabia que podia votar para as eleições europeias, para eleger os 21 Deputados portugueses, em qualquer Consulado em França mesmo se não for a sua área de residência ou mesmo se estiver recenseado em Portugal?

E melhor ainda, sabia que podia votar numa representação diplomática portuguesa em qualquer parte do mundo se por acaso estiver noutro país?

A Secção do Partido Socialista de Paris e Île-de-France reuniu-se neste sábado, dia 25 de maio, na Secção do PS francês de Paris 18 para abordar entre outras questões, as eleições europeias nos dias 8 e 9 de junho nos Consulados em França.

Estas eleições, ao contrário das eleições legislativas do mês de março serão exclusivamente presenciais, assim, o eleitor deve deslocar-se aos Consulados da sua área de residência, ou novidade, também fora da sua área de residência para poder votar…

Mas sabia que os cidadãos portugueses que não optaram por votar na Mairie para os Deputados franceses, podem votar nos Consulados para os Deputados portugueses mesmo se não estiverem recenseados nos Consulados em França?

Isto é possível graças à desmaterialização dos cadernos eleitorais!

Proposta de lei que foi aprovada pelo Governo socialista de António Costa em maio de 2023 para permitir voto em mobilidade nas eleições europeias com o intuito de combater a forte abstenção. Qualquer cidadão que esteja fora do país por x razões pode votar em qualquer parte do mundo numa representação diplomática portuguesa.

Portanto já sabe, para votar, basta apresentar-se num Consulado nos dias 8 e 9 de junho com o seu Cartão de Cidadão.

Mas muitos perguntar-se-ão, mas vamos votar para quê?

A ideia comumente espalhada é que no melhor dos casos não serve para nada e que no pior a União Europeia quer impor as suas leis, as suas regras aos países membros em detrimento das leis nacionais e isto no momento em que a EU enfrenta uma intensa pressão causada pelo recrudescimento de movimentos nacionalistas por todo o continente.

O Parlamento europeu funciona como qualquer parlamento. Os Deputados são eleitos pelos cidadãos europeus e portanto as decisões tomadas serão em função das maiorias. Se não votarem só estão a favorecer os extremistas porque a forte abstenção só favorece partidos extremistas como o Rassemblement National em França ou o Chega em Portugal.

Para termos uma Europa mais social é preciso votar noutras maiorias do que aquelas que estão no Parlamento europeu há décadas e se não o fizermos teremos um Parlamento no qual os extremistas terão cada vez mais influência.

Devemos portanto votar para que isso não venha a acontecer.

Será que com o tempo nos esquecemos da opressão que vivemos no tempo da ditadura? Será que ao emigrarmos para fugir da miséria em Portugal já nos esquecemos só porque felizmente agora temos uma vida melhor? Será que nos esquecemos de dizer aos nossos filhos e aos nossos netos de onde vimos e o que passámos?

Temos de não esquecer o passado para que ele não se venha a repetir!

A Europa além de ser um espaço de paz há mais de 75 anos e isto já é um argumento suficiente para a consolidar, é um espaço de progresso económico e esperemos cada vez mais social. Quando Portugal entrou oficialmente na então CEE em 1986, graças sobretudo à persistência de Mário Soares, viram-se os melhoramentos sobretudo nas infraestruturas. Portugal mudou de um dia para o outro! E a razão pela qual a Europa continua ainda a ser um espaço invejável é a vontade desenfreada dos países de Leste de quererem aderir à União Europeia porque sabem que é um projeto com futuro ainda para milhões de pessoas.

Temos que construir uma Europa social, uma Europa da saúde, harmonizar as leis a nível europeu, evitar a concorrência comercial entre países europeus, criar um espaço que resista à concorrência desleal de potências estrangeiras, criar uma Europa da defesa, uma Europa respeitadora da igualdade entre homens e mulheres…

Então, para que a Europa continue a ser o nosso espaço vital, o nosso projeto comum de paz e de progresso económico e social, vote nos dias 8 e 9 de junho!

Podem votar para os Deputados franceses se estiverem inscritos na Mairie, ou para os Portugueses nos Consulados. Mas votem.

A lista de Marta Temido do Partido Socialista português conta com a presença de Nathalie de Oliveira, ex-Deputada do círculo da Europa e com a do nosso camarada João Martins Pereira, na lista francesa de Raphaël Glucksmann.

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António Oliveira

Secretário-Coordenador da Secção do PS de Paris – Île de France