Portugal enfrenta uma encruzilhada política decisiva. Num tempo de escândalos e disputas partidárias, é crucial não perder de vista o essencial: garantir a estabilidade para sustentar o crescimento económico e preservar a confiança nas instituições. As recentes acusações contra o Primeiro-Ministro Luís Montenegro, ainda que para alguns possam ser relevantes, não podem obscurecer a necessidade de reformas estruturais que impulsionem a economia, reduzam a dívida e assegurem o bem-estar dos cidadãos. A instabilidade política, alimentada pela estratégia radical do Partido Socialista (PS) sob a liderança de Pedro Nuno Santos, ameaça comprometer o futuro do país.
Nos últimos anos, Portugal tem registado avanços económicos notáveis. O desemprego atingiu níveis historicamente baixos, o crescimento económico permanece robusto e a dívida pública foi controlada, resultando em um superávit orçamental em 2024. Essas conquistas são fruto de políticas responsáveis que permitiram ao país superar a crise financeira de 2008. O Governo de Luís Montenegro tem seguido essa trajetória, promovendo reformas estruturais no setor público, modernizando infraestruturas e investindo fortemente em energias renováveis, consolidando Portugal como referência europeia no setor.
Entretanto, acusações de conflitos de interesse pairam sobre o Primeiro-Ministro, relacionadas a contratos públicos supostamente beneficiando sua empresa familiar. O governo nega qualquer irregularidade, mas é fundamental que essas alegações sejam esclarecidas com total transparência, garantindo a estabilidade política e a continuidade das reformas essenciais.
Do outro lado, Pedro Nuno Santos, líder do Partido Socialista e autoproclamado defensor da ética na política, deveria ser mais transparente sobre os vínculos de sua família com a empresa Tecmacal, que firmou múltiplos contratos com o Estado. Em 2022, essa empresa celebrou 22 contratos públicos, somando mais de 1,1 milhão de euros. Além disso, sua passagem pelo Governo foi marcada por polémicas, incluindo a sua demissão do cargo de Ministro das Infraestruturas após o escândalo envolvendo a indenização de 500 mil euros à ex-Administradora da TAP, Alexandra Reis. Essas situações levantam dúvidas sobre a coerência de seu discurso em relação à prática política e à gestão dos recursos públicos.
Portugal não pode ser refém de uma instabilidade política constante. O país demonstrou a sua capacidade de recuperação económica após uma década de dificuldades, mas esse progresso pode ser ameaçado por crises institucionais e disputas partidárias intermináveis. A recente queda do Governo, precipitada pela rejeição da Moção de confiança, reflete a estratégia do PS e da extrema-esquerda, que optaram por bloquear um Governo estável em vez de buscar soluções concretas para os desafios do país.
Eleições sucessivas não são a resposta. Pelo contrário, aprofundam divisões e dificultam a implementação de políticas fundamentais. Portugal precisa de um Governo sólido e comprometido, capaz de garantir continuidade às reformas e consolidar os avanços já alcançados. A instabilidade política e a convocação recorrente de eleições antecipadas apenas atrasam o desenvolvimento do país e prejudicam sua credibilidade internacional.
Além disso, é inaceitável que os Portugueses no estrangeiro continuem enfrentando dificuldades para exercer o seu direito de voto. A ausência de um sistema de votação eletrónica representa uma falha grave, limitando a participação democrática da diáspora e tornando o processo eleitoral desigual. O PS tem sistematicamente impedido a implementação dessa solução, privando milhares de portugueses de uma participação justa no destino do país.
Nas eleições legislativas de 18 de maio de 2025, os Portugueses terão uma escolha determinante: assegurar estabilidade e progresso ou optar por um cenário de incertezas e fragmentação política. O país merece um Governo responsável, focado nos desafios económicos e sociais, e não uma classe política que prioriza disputas eleitorais em detrimento do interesse nacional. É o momento de deixar de lado os jogos partidários e adotar uma postura pragmática, comprometida com o crescimento sustentável e a prosperidade do país. A vontade popular deve prevalecer como um sinal de estabilidade, e não como um convite ao caos institucional.
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Mickaël Fernandes