Opinião: Uma reflexão sobre as eleições legislativas de 18 de maio – Maio, o mês das promessas


Chegou o mês de maio, um mês tradicionalmente associado a promessas, como aquelas a Nossa Senhora de Fátima, mas este ano temos as promessas políticas.

Porque este ano, em Portugal, maio também é o mês das eleições legislativas, marcadas para o dia 18. E, como já se tornou habitual em tempos de campanha, assistimos a um desfile de promessas por parte dos candidatos à Assembleia da República.

Algumas dessas promessas são bem intencionadas, outras soam a folclore. Fala-se em mais dinheiro, menos impostos, mais médicos, melhor saúde, menos imigrantes, mais segurança e maior proximidade com os cidadãos. Diz-se com a “a boca toda” o que o povo quer ouvir, muitas vezes sem que haja um verdadeiro compromisso com a concretização.

E é aqui que começa a minha inquietação.

Estive recentemente num comício, escutei atentamente uma candidata com um currículo respeitável. No entanto, saí desiludido. Não me senti convencido. As palavras, ainda que polidas, pareceram ocas – mais uma tentativa de conquistar votos do que de propor soluções reais para os problemas que enfrentamos diariamente.

É difícil, nesta altura, sentir entusiasmo pelo ato de votar. Sim, é um direito conquistado e um pilar essencial da democracia. Mas quando as promessas não vinculam quem as faz, e apenas comprometem quem nelas acredita, o voto perde o seu brilho. Como dizia Charles Pasqua, político francês, “as promessas só comprometem quem as escuta”.

Assim, resta-me aguardar. Não sei ainda em quem votar. Não sei sequer se votarei. O que sei é que, mais do que nunca, é tempo de os políticos se reconciliarem com a verdade, com a seriedade e com o compromisso. Porque o país precisa mais de ações do que de promessas.

Maio é, sim, o mês das promessas. Mas que ao menos algumas delas se convertam em realidade. Este sim é o meu voto.

Luís Gonçalves