Lusa / Tiago Petinga

Presidenciais’21: Marcelo invoca Chirac como alerta para riscos da dissolução do parlamento

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O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa invocou ontem o antigo Chefe de Estado francês Jacques Chirac para alertar para os riscos da dissolução do parlamento, afirmando que “usar a bomba atómica mal usada é devastador”.

Em entrevista à CMTV, o Presidente da República e recandidato ao cargo não excluiu a possibilidade de utilizar este poder se for eleito para um segundo mandato, “se for necessário, estritamente necessário”, apenas perante “uma situação que não seja resolúvel com a mesma composição do parlamento”.

“Depois, tem de haver uma causa, uma causa tão grave ou uma acumulação de causas graves de violações constitucionais que prefigure a hipótese muito razoável de haver uma alternativa de Governo”, acrescentou.

No seu entender, “não se pode utilizar a bomba atómica uma vez, duas vezes, três vezes, quatro vezes, e quando se utiliza tem de se utilizar com uma fortíssima possibilidade de o que sai da eleição ser melhor do que aquilo que está, isto é, ou há maioria absoluta de um partido, ou há uma coligação alternativa, formal ou informal, que substitui aquela solução que existe”.

“Porque, se não, acontece o que aconteceu um dia a um Presidente francês, o Presidente Chirac, que entrou, recém-eleito, cheio de energia vital, dissolveu o parlamento, falhou a aposta dele, que era – em França o Presidente é líder de uma área política – levar a direita ao poder. Falhou e apanhou com a esquerda reforçada no poder mais não sei quanto tempo”, alertou.

Embora sem abdicar do poder constitucional de dissolução da Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa concluiu: “Não ando à procura de ocasião para usar a bomba atómica, porque usar a bomba atómica mal usada é devastador, e o primeiro a ser devastado, além do sistema político todo, é o Presidente”.

O antigo Presidente do PSD recandidata-se à chefia do Estado com o apoio deste partido e do CDS-PP, numa eleição em que o PS no Governo optou por não dar indicação de voto aos seus militantes. Os outros candidatos são Ana Gomes, Marisa Matias, João Ferreira, Tiago Mayan Gonçalves, André Ventura e Vitorino Silva.

 

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