Home Comunidade “Quando Raul foi à Guerra” de Raul de Carvalho: uma outra visão da participação portuguesa na I Guerra mundialAntónio Marrucho·8 Dezembro, 2022Comunidade [pro_ad_display_adzone id=”37510″] Um certo número de Soldados, mas sobretudo de Oficiais, do Corpo Expedicionário Português (CEP) escreveram livros após o término da I Guerra mundial. O médico Raul de Carvalho escreveu um diário, editado em livro com o título “Quando Raul foi à guerra”, edição Matéria-Prima. O diário, dividido em três livros (provavelmente três cadernos manuscritos), vai do sábado 24 de março de 1917, dia em que saiu de Lisboa, a segunda-feira 8 de outubro de 1917, em Calais. Temos, contudo, indicações de que terá regressado a Portugal somente a 2 de junho de 1918 para tratamento. Será que deixou de escrever o seu diário a partir de 8 de outubro, altura em que teve licença de 20 dias para ir a Portugal? Ou será que os cadernos seguintes se perderam? Diário mais completo, pelo menos em certos aspetos nele abordados, seria bem difícil de escrever. A título de exemplo, conseguimos saber tudo o que o Tenente-médico comprou durante a sua estadia em França e se efetuarmos a soma de todas essas despesas, conseguimos saber quanto ganhou e quanto gastou. São-nos descritas as refeições, convidados, se bebeu champanhe ou vinho português… uma mina de informações, mesmo se, por vezes, repetitivas. Este diário teria sido escrito com o intuito de ser editado? Raul de Carvalho faleceu a 22 de janeiro de 1981 e a primeira edição do livro teve lugar em 2013. Diário que o médico escreve sem rodeios, descrevendo, criticando, tirando proveito… um diário que não deixa indiferente: dando uma outra visão, talvez polémica, da que estamos habituados a descrever… uma visão de quem viveu os acontecimentos. Raul de Carvalho escreveu muito para além do diário. As cartas de correspondência que recebia e que enviava eram numeradas: a 21 de abril de 1917 recebeu da sua esposa Rosa, a quem ele também chama Zita, as cartas 19 e 20, até 4 de outubro de 1917 recebeu de Zita 179 cartas, em 167 dias de diário, mais do de uma carta por dia, embora Raul de Carvalho diga por vezes mal do serviço dos correios em campanha. Do conteúdo do que vinha escrito nas cartas da mulher, assim como das numerosas que recebeu de amigos e outros familiares, pouco fez referência no diário, com uma ou duas exceções. Naquele mesmo período terá escrito 190 cartas. A primeira fatura de que faz referência no livro foi de 32,85 francos. O detalhe da compra foi um cinturão por 23,20 francos, um frasco de graxa (Prospects polish) por 1,40 francos, uma caixa de cigarros Craveu «A» por 1 franco, uma caixa de cigarros Abdula n°18 por 6 francos e um bloco de papel e envelopes por 1,25 francos. Mas afinal quem era Raul de Carvalho? Raul de Carvalho nasceu em Lisboa, sendo filho de Manuel de Carvalho e Maria da Boa Hora Carvalho. Era casado no momento em que partiu de Lisboa, com Rosa Marques de Carvalho, tendo residência na rua das Amoreiras, n°130, em Lisboa. Das circunstâncias descritas no diário de Raul de Carvalho, facilmente chegamos à conclusão de que a Guerra não foi igual para todos, a nível do sofrimento, da compreensão do conflito, atitudes por vezes escandalosas quando examinadas um século depois. É evidente que o Soldado é sempre a “carne para canhão”, seja em que exército for, mas no português, isso foi mais do que evidente. Grande parte dos Oficiais “safaram-se” da linha da frente e tinham permissões de campanha para visitarem familiares em Portugal, por vezes não regressando. Diz-se que, parte da Oposição que existe na Bélgica entre os Wallons e os Flamencos vem do facto de, na I Guerra mundial, os Oficiais vinham sobretudo da Wallonie e os Soldados vinham da Flandres. Durante a I Guerra mundial houve mesmo confraternizações entre Soldados inimigos, sendo exemplo a Trégua do Natal de 1914, em que houve trocas de cigarros, chocolate é mesmo um jogo de futebol (1), (2). Nos seus cadernos, o escritor francês Paul Valéry escreveu que “a guerra é o massacre de pessoas que não se conhecem, em benefício de pessoas que se conhecem e que não se massacram”. O exemplo de tratamento diferenciado, podemos encontrá-lo por exemplo na faturação paga pelo CEP aquando de deslocações de Oficiais (3). Quando lemos as primeiras 50 páginas do livro editado com o diário de Raul de Carvalho, colocarmo-nos a pergunta se Raul de Carvalho terá vindo para França para participar na Guerra ou para fazer turismo. Por exemplo, demorou 20 dias para ir de Lisboa até Paris Plage, com passagem por luxuosos hotéis e com boas refeições pagas pelo Estado português. Passou por Madrid, Hendaye, Biarritz, Lourdes, Pau, Dax, Bordeaux, Fontainebleau, Paris, Étaples e, finalmente, Paris-Plage (Le Touquet). Em Madrid, Raul de Carvalho engraxou as botas e foi ver uma peça de teatro; em Hendaye ficou no Grand Hôtel de France, um bom quarto com água fria e quente, por 8 francos por noite; em Biarritz levantou-se às 11h00 da manhã, foi ao hospital Benévolo do Casino, “vimos como os doentes eram tratados… a Rosa mandou-me neste dia as minhas polainas vermelhas de que me tinha esquecido em Lisboa”. Na santa gruta de Lourdes, Raul de Carvalho bebeu água da fonte milagrosa. A 31 de março, ainda em Lourdes, escreveu que “era tempo de partirmos; estar a ganhar duas libras por dia ao Estado e não termos pressa nenhuma…”. Depois, esteve 5 dias em Bordeaux. A 7 de abril, Raul de Carvalho e companheiros de viagem foram à Legação de Portugal, na avenue de Kléber, n°35. “Fomos lá de táxi e lá, o Adido mandou ao General um telegrama pedindo que nos deixasse ficar uns dias”. À medida que a viagem se vai fazendo, Raul de Carvalho vai dando a sua opinião sobre o que vê e quem vê. Ainda em Paris escreveu que “nem as mulheres correspondem ao que se tem dito e escrito. São na maioria uns coiros pintadíssimos, que, sem tintas e pós, mais pareciam uns cavalos velhos que outra coisa. Vestem, é certo, com bastante elegância e qualquer trapinho sem valor, posto a preceito, fica-lhes bem, mas o português acostumado a adivinhar caras, pelas costas engana-se. Voltámos ao hotel onde estava a nossa guia para seguirmos quarta-feira par Étaples. Jantámos e depois fomos ao Olímpia onde o lugar nos custou 1 franco”. A 11 de abril, Raul de Carvalho sai às 8h00 da Gare du Nord, em direção a Étaples, onde chegou às 2h00 da tarde. A 12 de abril, o Tenente-médico recebe 234 francos correspondentes a 13 francos de ajuda de custo por dia até ao fim do mês (18 dias). Os Ingleses começam a ser motivo de escrita no diário e de um “certo estado de espírito” do CEP. “O Maria Mourinho viu lá na frente uma nota inglesa dizendo que as tropas portuguesas só entrariam em combate quando estivessem montados os nossos hospitais”. A 14 de abril o Tenente queixa-se que “é impossível semelhante estúpida vida a que não estou habituado, não há nada a fazer senão comer e dormir”. A 16 de abril escreve que “mais um dia cheio de estupidez” e a 17 de abril: “o meu dia foi estupido, como de costume”, mas acrescenta que “é curioso notar a alegria que se sente ao ouvir as canções da nossa terra… neste dia mandou-me minha mulher, de Lisboa, 3 chouriços doces e um queijo da serra”. A 19 de abril, Raul de Carvalho recebe 554 francos correspondentes aos 10 dias de excesso de viagem (!?). Mesmo recebendo este dinheiro, não impede que diga que “estes Franceses são os maiores ladrões do mundo: é escandaloso a maneira de roubar destes f.d.p…”. A 24 de abril, ainda o autor não trabalha. “Estes tipos dizem que, sobretudo o Chefe do Estado-Maior, nos não quer ver aqui, sobretudo os médicos e que nos quer, à viva força, empandeirar para os hospitais ingleses… fui para o meu destino, mas o mais curioso é que uma vez mais ninguém sabia porque eu ia, não me esperavam, não tinham avisado os ingleses… isto é puramente indecente, gastamos no trem 20 francos por cima, mas juro que os hei-de receber”. Nada de novo a 29 de abril: “passei o dia a lavar roupa e a escrever, jantei e… cama para variar”. “Malditos os que nos mandaram para aqui, sem nada terem tratado, só pelo prazer de se arranjarem com bons cobres à custa do sacrifício de tantas famílias e de tantas vidas e sangue, malditos”. Sobre os hospitais ingleses, dirá que “por via de regra nestes hospitais, olha-se mais ao conforto do doente que ao do pessoal médico ou não médico. O médico dorme numa barraca de lona”. As informações vão chegando a Paris-Plage: “constou-me hoje que, no próximo dia 7 de maio, as nossas tropas entraram em fogo. Foi ordem vinda do Ministério da Guerra, de Lisboa, mostrando-se admirado por os nossos soldados não terem ainda entrado em campanha”. Os dias vão-se passando no hotel e a 12 de maio escreve que recebeu a “carta n°40. Levantei-me às 11h30, barbeei-me e fui almoçar, depois de almoço vim escrever à Zita e estas memórias”. Nem tudo se passa bem entre os Portugueses e Ingleses em Paris-Plage: “desavenças que dia a dia vão havendo com maior intensidade entre os Portugueses e os Ingleses nos campos contíguos, sendo rara a noite em que não haja grossa pancadaria. Como disse, há uma raça, a dos Escoceses, que se dá muito bem com os nossos e que são mesmo bons amigos”. Testemunhando da admiração dos Portugueses por parte da gente feminina, o médico dirá: “os meus camaradas portugueses, desde que aqui entraram, em Paris-Plage, não têm feito outra coisa senão namorar e andar acompanhados por fêmeas por toda a parte, é preciso ser português, ter a nossa pouca educação, ser um país atrasado, retrógrado e pequeno, paralisado e conservador, para se poder apreciar esta evolução do porte feminino, que o estrangeiro acha tão natural”. Cinco semanas depois de Raul de Carvalho ter chegado a Paris-Plage, para vir para a guerra, a 19 de maio, escreveu: “a certa altura aparece-me um Sargento com um recado do Capitão Sá Teixeira que me mandava apresentar imediatamente na repartição de saúde”. O dia ainda não tinha terminado e Raul de Carvalho desabafava: “hoje não recebi carta alguma. Explica-se a coisa por terem saído daqui os dois empregados do correio, apesar de haver 60 censores no nosso exército (os Ingleses têm 2 homens censores para cada 500.000 homens) ainda não chegam”. Muitas vezes Raul de Carvalho descreveu o menu, contudo, o do dia 24 de maio, seria o mais apetitoso desde que saíra de Espanha: sopa de feijão grande, pastéis de bacalhau, cozido à portuguesa com presunto, chouriço e arroz, carne de porco assada, amêndoas de casca e avelã, conserva de Espinho, queijo da Serra, pudim de leite, café, colares, Champagne, vinho do Porto e Cognac. A 27 de maio, Raul de Carvalho mudou-se para uma luxuosa casa, o Village Suisse, em Paris-Plage. Aqui, o almoço foi excelente: “almocei como um abade, fiquei, como se costuma dizer, empanturrado. Seja o diabo surdo e deixem-me os gajos usufruir até o fim desta conflagração, uma caminha assim e nunca pior, o encanto de tudo isto é o chalet em plena floresta, um verdadeiro paraíso”. Finalmente, a 30 de maio: “quando ia a entrar no Quartel-General, o Alberto Mac-Bride pediu-me para o substituir na vacinação. Assim fiz, vacinando 10 pessoas”. Dia 1 de junho: “fui ao Quartel-General fazer, pela primeira vez, vacina de Oficiais. À tarde fui, depois de vacinar, para a Repartição de censura, tendo censurado bastantes cartas (umas 40) e sendo benevolente com os tipos, coitados, que na maioria eram cartas amorosas dizendo terem esperança ainda de voltar a abraçar as suas pequenas”. A 16 de junho, escreve a seguinte reflexão: “dizia Reinaldo, aqui há 3 meses, que era muito cedo ainda e mesmo uma vergonha pensarmos em ter hospitais e ainda hoje não temos nada e já temos para cima de 200 feridos distribuídos pelos hospitais ingleses, sobretudo de venério que são mais de 1.500 homens, em vários hospitais ingleses. Os ingleses saúdam os nossos soldados, dando-lhes comida e bebidas várias que eles pagam, e dizem “Português bom para a guerra”. Contudo, mais longe escreve: “para Aliados acho forte o procedimento que os Ingleses vêm tomando connosco, essencialmente brutos e invejosos”. Estando longe da família, Raul de Carvalho vê, contudo, alguns benefícios: “em primeiro lugar a Rosa aprende a ter-me amor e a saber-me apreciar, como o não tem feito até hoje. Em segundo lugar, ganho mais dinheiro, vou travando aqui conhecimentos vários e criando um nome”. Na sexta-feira, dia 29 de junho, graças a artigo num jornal francês, Raul de Carvalho transcreve: “o Major Norton de Matos, Ministro da Guerra de Portugal, em visita às tropas portuguesas, deu a informação: até ao dia 21 de junho, o CEP contava 299 mortos, 132 feridos e 14 desaparecidos”. Depois do jantar de 1 de julho “aparece aqui um intérprete inglês, muito pândego, que achou ótimo o nosso vinho do Porto de 1872 e apreciou-o devidamente”. Na terça-feira, dia 3 de julho “constei ontem aqui que os Alemães, pelo interrogatório que fizeram aos nossos prisioneiros, estão hoje convictos, em primeiro lugar da nossa pouca ilustração, visto que todos os prisioneiros são quase todos analfabetos, em segundo lugar sabem que não viemos de vontade para a Guerra e que os próprios oficiais do ativo se recusaram em tempos a vir para cá”. A 21 de julho, Raul de Carvalho começou o seu serviço de vacinação em Étaples. Dizia-se que as tropas portuguesas antes do 25 de Abril, em defesa de territórios de África, aquando de ataques, eram drogados. A 26 de julho de 1917, chega a Raul de Carvalho o relato feito pelo Capitão Manuel Pereira: “as tropas, antes dos ataques, são embebedadas com whisky e os Alemães dão-lhe a beber líquidos com clorroformio”, entretanto “foi proibido às tropas permissionárias gozarem a sua licença em Paris, para evitarem que eles frequentem associações secretas que os exortam a não voltarem mais. Começou hoje a ração inglesa”. No domingo 12 de agosto escreveu que “é preciso aproveitar o domingo para descansar, já não estou para pândegas”. E no dia seguinte, segunda-feira escreveu que “recebi ordem para ir para Calais, fazer a vacinação das tropas lá existentes”. A 14 de agosto “recebi no Quartel-General, adiantada, a mina subvenção do mês de agosto: 304 francos”. E a 16 de agosto: “voltei ao hotel para escrever, jantei no hotel, depois escrevi à Rosa uma carta de 20 páginas”. Preparando-se para ir passar licença de campanha a Portugal, no dia 24 de agosto, Raul de Carvalho escreveu: “neste dia, o belo Lucena assinou-me uma dúzia de licenças em branco para eu ir quando quisesse e para onde quisesse, sem pedir autorização a ninguém. É um excelente camarada e colega esse tal Lucena”. No domingo 26 de agosto houve festa rija: Raul de Carvalho cita todos os convidados do jantar, nomeadamente, D. Nuno Cadaval (Duque de Cadaval)”. Dias houve em que Raul de Carvalho recebeu várias cartas da esposa, 29 de agosto: “recebi as cartas n°s 137,140, et 148!!!, de 11, 15 e 25 deste mês! Isto é espantoso!”. Rui de Carvalho teve nova mudança de afetação a 7 de setembro. “Tive conhecimento, por uma ordem do Quartel-General da Base, que os médicos que têm estado nos hospitais de Étaples e de Camiers iam ser transferidos para outros hospitais, também ingleses, mais próximos do nosso novo acampamento, em Ambleteuse”. Segue-se a lista de 8 hospitais com os respetivos nomes. Raul de Carvalho foi afetado ao posto de socorro de Ambleteuse. Uma maneira de ter correspondência e de escapar à censura? A 8 de setembro “mandei à Zita uma carta pelo correio civil com a direção da Librairie Joiret, para em caso de urgência, se corresponder”. É descrito um certo mal-estar a 13 de setembro: “recebi também carta do Assis Lopes em que me contava que anda o diabo em Lisboa, Soldados e Oficiais não embarcam, grande mal-estar e cada vez menos entusiasmo pela Guerra. Um Sindicato de oficiais superiores, que tem por missão salvar os militares de ir para a guerra, por grossa quantia, etc., etc.”. Ainda mais queixas, a 17 de setembro, quando Raul de Carvalho escreveu que “mais uma vez, pancadaria entre Portugueses e Ingleses. Deus queira que suceda o mesmo em todos os outros hospitais, a ver se nós, assim corridos pelos Ingleses, temos os nossos hospitais”. Na quarta-feira, dia 3 de outubro, partindo de Calais, “depois do almoço fui com o Júlio Maria de Sousa e com o Capitão veterinário, em automóvel, a Ambleteuse, para combinar com o Arrobas, o dia da partida para Lisboa”. No dia 7 de outubro “o demónio da licença do General não aparece e eu já não sei o que hei-de fazer. Tencionava ir passar os meus anos a Lisboa e estou a ver que tudo me fica transtornado”. O diário termina na segunda-feira 8 de outubro, em Calais. “Passei a noite a fazer o resto das malas que estavam quase todas concluídas e prontas à primeira voz. Grande alegria é esta de fazer as malas para partirmos para o pé dos nossos queridos. Deitei-me e pouco dormi, sempre a pensar na felicidade de ir ver os meus”. O diário do médico Raul de Carvalho é uma descrição bem pessoal, para nós que lemos o livro, descobrimos um outro aspeto da participação do CEP na I Guerra mundial. A I Guerra mundial foi catastrófica no terreno e a nível das perdas humanas, contudo, frases houve ditas por grandes escritores que são motivo de polémica, como talvez seja polémico, para alguns, o diário de Raul de Carvalho. Raymond Radiguet, poeta francês, amigo/amante de Jean Cocteau, escreve: “Que os que têm raiva de mim, imaginem como foi a Guerra para os jovens rapazes: quatro anos de longas férias”. O poeta Guillaume Apollinaire, morre na antevéspera do Armistício a 9 de novembro de 1918, da gripe espanhola, e escreveu: “Oh Deus, como é bela a Guerra, com as suas canções e o longo lazer”. No cemitério de Boulogne-sur-Mer estão sepultados 44 Soldados portugueses ao lado de 5.821 campas de Soldados do Commonwealth. Entre estas, está a do poeta escandaloso “da guerra feliz”: o inglês Julian Grenfell. A partir de 1914, despertou grande polémica do outro lado da Mancha ao descrever a Grande Guerra como um “piquenique gigante, sem as inconveniências de um piquenique”. No poema mais famoso “Into battle”, escreve “quem morre é aquele que não quer lutar”, poema publicado em 26 de maio de 1915, poucos dias depois de sua morte, em Boulogne-sur-Mer, vítima de ferimentos com a idade de 27 anos. (1) https://lusojornal.com/guerre-14-18-actes-paix-actes-dhumanisme-lexemple-ploegstreert-et-fromelles/ (2) https://lusojornal.com/i-guerre-mondiale-lincroyable-treve-de-noel-de-1914/ (3) https://lusojornal.com/ensinamentos-das-faturas-do-corpo-expedicionario-portugueses-dos-alojamentos-em-vincly-et-enquin-les-mines/ [pro_ad_display_adzone id=”46664″]