Suzette Fernandes diz que nenhuma vacina deve ser obrigatória

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]

Suzette Fernandes, dirigente da associação E.30 de doentes com Myofesciite Macrofágica depunha muita esperança na vacina contra a Covid-19 mas diz agora que prefere esperar por vacinas elaboradas com mais tempo. “Esta vacina da Pfizer e da Moderna não serve para prevenir, mas só para proteger contra as formas graves da doença” diz numa entrevista ao LusoJornal.

A vacina foi feita num tempo record porque “nunca tinham sido dados tantos meios às equipas de investigação para trabalharem” diz Suzette Fernandes. “Foi utilizada uma nova técnica na fabricação da vacina, a ARN, que é uma forma nunca antes utilizada na vacina, mas sobre a qual os investigadores já trabalhavam há muitos anos, supostamente para desenvolver a vacina contra a Sida”.

A principal preocupação da E.3M era saber se nesta vacina continua a haver alumínio, mas receberam a confirmação da Agência francesa para o medicamento que não.

 

Nenhuma vacina deve ser obrigatória

Suzette Fernades tem sido uma voz em França contra a vacina obrigatória. “Eu acho que nenhuma vacina devia ser obrigatória. Compete a cada um falar com o seu próprio médico, seguir os seus conselhos, porque todos nós somos diferentes, todos nós podemos reagir de maneira diferente a uma vacina ou a um medicamento. Não podemos esquecer que a vacina é um medicamento e por isso é natural haver efeitos adversos que possam vir a acontecer em certas pessoas e os médicos conhecem-nos bem, eles é que sabem”.

Suzette Fernandes sabe do que fala porque sofre de Myofesciite Macrofágica, uma doença provocada pelo alumínio existente nas vacinas. “Esta doença manifesta-se de formas diferentes segundo as pessoas, mas para 80% dos doentes, começa com um estado de fatiga crónica, com fortes dores musculares” explica ao LusoJornal. “Foi como se me tivessem batido com um pau no corpo todo e me tivessem deixado de rastros. Na minha primeira crise, eu estive 48 horas sem dormir. Só de me tocarem doía-me muito. Foi a pior coisa que eu vivi na minha vida” disse ao LusoJornal.

Até 2008 as vacinas não continuam alumínio, continham Fosfato de Cálcio. Suzette Fernandes reconhece que o alumínio é um coadjuvante que faz com que a vacina tenha um efeito bem mais rápido e seja mais eficaz, mas considera que tem de haver escolha. “Só não há vacinas com Fosfato de Cálcio por razões puramente económicas”.

 

Pressão nos hospitais

Enquanto representante dos utentes do Hospital Henri Mondor, em Créteil, Suzette Fernandes está a viver por dentro a situação dos hospitais franceses em tempos de pandemia. “A vida dos utentes foi muito afetada com essa pandemia. Imagine um hospital fechado ao público, em que os doentes estão todo o dia sozinhos, sem receberem uma só visita… Durante a primeira fase do confinamento fecharam o hospital completamente, os doentes nunca recebiam visitas, não recebiam um carinho das famílias”.

“Isto tem um impacto muito grande nos doentes, sobretudo psicológico, e até atrasa a cura. Há pessoas que se deixaram morrer, alguns nem querem tomar medicação, de tal forma estão tristes. O psíquico dos doentes está muito afetado” diz Suzette Fernandes.

Atualmente, os voluntários dos hospitais – como é o caso de Suzette Fernandes – podem visitar os doentes, podem conversar com eles. “Os doentes podem telefonar-nos, muitas vezes vamos lá para ajudar a resolver problemas. Os nossos números de telefone foram distribuídos pelos serviços e as pessoas ligam-nos. Estão menos isolados do que na primeira vaga”.

A pressão nos hospitais é grande e Suzette Fernandes pede para as pessoas respeitarem “as regras de higiene que estão sempre a passar na televisão”. Diz que “é isto que vai fazer com que haja menos pessoas a entrar nos hospitais”.

Para além daqueles que são obrigados a ir trabalhar, também há as pessoas “que abusam”. E para Suzette Fernandes “aqui em França sempre fomos habituados a ter muita liberdade, a França é o país dos direitos humanos, mas na realidade isso não é uma questão de direito, é uma questão de saúde pública. Não percebo porque razão as pessoas não cumprem as regras”. E conclui dizendo que “não é muito complicado usar uma máscara e lavar as mãos…”

 

Hirond’Ailes fabricou 7.500 máscaras

Suzette Fernandes também é Presidente da associação Hirond’Ailes. A associação confecionou cerca de 7.500 máscaras desde o início da pandemia, que depois foram distribuídas por serviços hospitalares e afins.

“Somos um grupo de 12 mulheres, fazemos costura, crochet e tricot e vendemos o que fazemos para juntar dinheiro e reverter para ações caritativas ou para pessoas que necessitam” explica Suzette Fernandes, contando que um empresário ofereceu os elásticos para confecionar as máscaras e um outro, o proprietário de uma conhecida marca de roupa, ofereceu um camião de calças que lhe chegaram com defeito. Tudo isto serviu para fazer máscaras. Durante um evento, “num só dia, juntámos dez mulheres, com máquinas de costura, e fizemos cerca de 1.000 máscaras” conta com orgulho Suzette Fernandes.

“Fabricar as máscaras ajudou-nos a passar o confinamento, porque estávamos ocupadas, falávamos todos os dias umas com as outras, contávamos como foi o nosso dia e isso foi bom, porque nos ajudou a passar a pandemia”.

A associação está agora a trabalhar num outro projeto: recuperou camisolas de jogadores de futebol que lhe foram doadas pela Liga de Futebol Profissional e está a transformá-las em batas para as crianças levarem para o bloco operatório.

 

[pro_ad_display_adzone id=”37510″]