Berlioz juntou o Coro Gulbenkian e a soprano Joyce DiDonato em Strasbourg

O Coro Gulbenkian apresentou-se na semana passada na cidade de Strasbourg, com a Orquestra Filarmónica de Strasbourg e a soprano Joyce DiDonato, para a interpretação de “A Danação de Fausto”, de Hector Berlioz.

As récitas realizaram-se na quinta e na sexta-feira, no Palais de la Musique et des Congrès na Praça de Bordeaux, em Strasbourg, e contaram igualmente com o tenor Michael Spyres, com quem DiDonato protagonizou “Os Troianos”, de Berlioz, em Strasbourg, numa versão dirigida pelo maestro John Nelson, que venceu os prémios BBC, Gramophone e Victoire de La Musique, de melhor ópera, em 2018.

“Glória a DiDonato”, escreveu a crítica francesa, quando a soprano cantou o papel de Dido, na estreia desta versão do drama de Berlioz, em abril de 2017, e também escreveu o jornal The Guardian, que destacou o “compromisso dramático” da cantora, tanto na atuação com Nelson como, em agosto do ano passado, nos Concertos Promenade, em Londres, com o maestro John Eliot Gardiner.

“O consenso em torno da qualidade vocal de DiDonato é algo verdadeiramente incomum”, destaca a Fundação Calouste Gulbenkian, na apresentação da soprano, citando os críticos que a colocam “entre as maiores lendas do canto lírico”, a revista Gramophone (“quando Joyce canta o mundo torna-se mais luminoso”) e o jornal The Financial Times (“o melhor canto que se ouviu nos últimos anos”).

O encontro do Coro Gulbenkian com DiDonato, em França, aconteceu quase um ano após a soprano ter apresentado o programa barroco “Guerra e Paz”, em Lisboa, que se seguiu a um recital de canção de câmara, em 2016, e ao programa “Drama Queens”, em 2013, sempre no Grande Auditório Gulbenkian.

Berlioz é um dos compositores mais presentes no percurso de DiDonato, sobretudo depois de ter feito o ciclo “Les Nuits d’Étè”, e de ter protagonizado “A Danação de Fausto”, na Filarmónica de Berlim, com o maestro Simon Rattle, numa interpretação que o blogue de crítica Bachtrack disse cumprir a obra, ao abrir “uma autoestrada para o inferno”.

“A Danação de Fausto”, em Strasbourg, contou também com o barítono Alexandre Duhamel e o baixo Nicolas Courjal, outros intérpretes de referência do compositor francês, que morreu em março de 1869, há 150 anos.

 

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LusoJornal