Lusa / Manuel de Almeida

Berta Nunes diz que uma missão do Vice-Consulado de Toulouse desloca-se a Lourdes na quarta-feira

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A Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, disse esta tarde que o Governo Português está a acompanhar a situação dos Portugueses que estão em situação difícil em Lourdes, por serem trabalhadores sazonais e não estarem a trabalhar há vários meses.

Em declarações à RDP internacional, Berta Nunes disse que o Vice-Cônsul de Portugal em Toulouse, Miguel da Costa está a organizar uma missão consular àquela cidade na próxima quarta-feira.

“O senhor Vice-Cônsul está em contacto com as autoridades locais e também com as pessoas da Associação dos trabalhadores sazonais. Está praticamente todos os dias em contacto com eles para tentar identificar problemas que possam ter apoio da nossa parte, nomeadamente problemas de documentos caducados, de situações de necessidade de informação” disse Berta Nunes. “Ao mesmo tempo, vai tentar perceber in loco quais as famílias portuguesas que estão em situação mais vulnerável, embora nós sabemos que as autoridades francesas estão a dar o apoio que nós também damos aqui aos imigrantes, porque na verdade nós também temos aqui imigrantes que têm acesso à saúde e aos apoios da Segurança Social, mesmo estando desempregados, como é o caso da nossa Comunidade em Lourdes”.

Manuela Gonçalves, a Vice-Presidente da Associação dos Trabalhadores Sazonais confirmou esta tarde ao LusoJornal que Miguel da Costa vai deslocar-se a Lourdes na quarta-feira.

Mesmo se a realização de documentos portugueses não é a maior necessidade, “sempre vamos aproveitar” diz Manuela Gonçalves e explica que “para ir daqui a Toulouse, gasto uns 100 euros em transporte. Há dois anos, até podia gastar isso num jantar, mas hoje, é uma autêntica fortuna para mim”.

A Secretária de Estado diz que a cidade de Lourdes vive do turismo e “tem a economia praticamente a zero, restaurantes fechados e hotéis fechados. Sendo trabalhadores sazonais, os Portugueses obtiveram fundo de desemprego que em alguns casos já acabou e têm depois apoio mínimo. Nós vamos ao local verificar essas situações, sempre em articulação com a Associação que tem uma Vice-Presidente portuguesa, mas que não é só direcionada a Portugueses, que é a Associação dos trabalhadores sazonais que se organizou precisamente com o objetivo de apoiar os imigrantes em Lourdes”.

E Berta Nunes acrescenta que há a possibilidade do Governo adiantar dinheiro para a viagem de regresso a Portugal, se necessário.

“O que vamos fazer é verificar in loco a situação e até verificar se há Portugueses que querem regressar para Portugal e que não tenham meios. Nós temos, ao abrigo do Regulamento consular, a possibilidade de fazer o pagamento antecipado dessas viagens – sujeito a reembolso – que aliás foi utilizado em França muitas vezes, mais do que habitualmente, durante o primeiro período de confinamento, porque vários trabalhadores que iam para trabalhar com contratos, chegaram lá e já não tiveram trabalho. Houve várias situações que necessitaram do apoio dos Consulados para serem repatriados para Portugal” garante a Secretária de Estado das Comunidades. “Isso também é possível, mas só depois de analisarmos bem a situação no concreto, localmente, na próxima quarta-feira. Assim é que poderemos verificar e saber qual é o apoio que é necessário da parte de Portugal e do nosso Consulado”.

 

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LusoJornal