Associações de Portugueses em França devem “adaptar-se” sob o risco de “ficarem para trás”

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O Cônsul-geral de Portugal em Bordeaux, Mário Gomes, considera que as associações portuguesas em França devem adaptar-se à evolução de Portugal e não ficar apegadas à imagem de um Portugal que “já não existe”.

“O ideal seria que as associações se adaptassem e se revissem na nova cultura portuguesa. Da mesma forma que houve uma evolução em Portugal e na cultura portuguesa, também a representação dessa cultura junto das nossas Comunidades deveria refletir essa evolução. Algumas associações vão fazendo isso e vão diversificando a sua oferta e há outras que permanecem de tal forma apegadas a uma imagem de um Portugal que já não existe que correm o risco de serem deixadas para trás”, avisou Mário Gomes, Cônsul-geral de Portugal em Bordeaux, em entrevista à Lusa.

Chegado a Bordeaux em setembro de 2020, o Diplomata português encontrou uma Comunidade “ainda refém” da pandemia, que durante quase dois anos não pode encontrar-se nem manter o seu ritmo normal de eventos devido às restrições da Covid-19, começando agora a recuperar a sua programação. “Nós no Consulado temos procurado ter uma relação muito próxima com as associações no sentido de as trazer para as atividades organizadas pelo Consulado para redinamizar esta Comunidade”, indicou.

De forma a fazer face aos problemas das associações, o Consulado ajuda-as não só a recorrer aos subsídios da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas, embora muitas associações se queixem que o processo é demasiado burocrático, mas também às autoridades locais em França que têm subvenções destinadas a estas organização. “Não só conhecemos os processos, como podemos intermediar e fazer um pouco de lóbi pelas associações portuguesas e é isso que temos feito”, explicou Mário Gomes.

Com uma presença forte na área consular de Bordeaux, com uma Comunidade estimada entre 150 a 175 mil pessoas, Mário Gomes considera que o fenómeno da integração faz com que muitos Portugueses ou Franceses de origem portuguesa já não estejam integradas em associações, tal como aconteceu com a evolução da emigração espanhola em terras gaulesas.

“As associações dos espanhóis perderam razão de ser e eu temo que isso possa vir a acontecer com algumas das associações que representam a sociedade portuguesa porque deixam de ter um objeto no qual se focar, até porque os Franceses de origem portuguesa não se revêm da mesma forma na imagem que a Comunidade chegada nos anos 50 ou 60 tem de Portugal”, sublinhou.

De forma a revigorar a cultura portuguesa e dar resposta a esta nova geração, o Consulado-geral de Portugal em Bordeaux, juntamente com as associações da região, tem dado a conhecer artistas lusodescendentes em França e novas manifestações culturais que ligam os dois países.

 

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LusoJornal