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Intervenção no Cemitério português de Richebourg antes das comemorações da Batalha de La Lys


Na sequência da visita de inspeção ao Cemitério Militar Português de Richebourg realizada a 11 de outubro do ano passado (ler AQUI) pelo Adido de Defesa junto da Embaixada de Portugal em Paris, Comandante Sérgio da Silva Pinto, foram orçamentadas as obras de beneficiação mais prioritárias, que arrancaram em fevereiro passado, devendo estar prontas a tempo das comemorações do 106º aniversário da Batalha de La Lys, que este ano se realizam nos dias 13 de abril, em Richebourg e La Couture, e 14 de abril, em Boulogne-sur-Mer e Ambleteuse.

Nesta intervenção, orçada em mais de 15 mil euros, cujo financiamento coube à Liga dos Combatentes, com uma comparticipação do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), foi dada especial atenção à remoção da corrosão dos portões e outras estruturas metálicas, à lavagem de todas as lápides, ao seu alinhamento, bem como à substituição de três que se encontravam partidas.

Segundo informações que apuradas pelo LusoJornal, as novas lápides foram construídas em Portugal, com o mesmo tipo de granito e de gravação na pedra, mantendo assim a traça original, uma exigência da Unesco.

Com efeito, a inscrição do Cemitério militar português na Lista do Património Mundial – cujo certificado deverá ser atribuído ainda este ano, após os países participantes na candidatura que reuniu 139 sítios de memória (Alemanha, Bélgica, Commonwealth, EUA, França, Itália e Portugal) apresentarem o Plano de Gestão Comum requerido pela Unesco – obriga o Estado Português, em estreita articulação com o Francês, a uma rigorosa proteção e conservação deste património de valor universal excecional, em benefício de toda a humanidade.

Espera-se, por isso, que o sinal muito positivo dado pelas obras iniciadas em fevereiro seja prosseguido de um plano de investimento anual orientado para a beneficiação contínua das infraestruturas, tal como já é atualmente garantido para os espaços verdes, tratados mensalmente ao abrigo de um contrato adjudicado pelo EMGFA a uma empresa francesa da especialidade.

O LusoJornal sabe que é essa a intenção das autoridades portuguesas e que a futura classificação deste Cemitério militar como monumento histórico francês (processo em curso entre os Governos dos dois países, com a coordenação do Gabinete do Adido de Defesa em Paris) facilitará o financiamento de futuras obras, através de subvenções previstas na legislação francesa.

Existem, pois, motivos para acreditar que os apelos que temos feito nestas páginas, em prol da dignificação de um património que homenageia os portugueses que aqui morreram na Grande Guerra, sejam efetivamente atendidos pelas autoridades portuguesas. Tanto mais que o atual contexto de guerra da Europa nos deve fazer lembrar, a todos, os sacrifícios exigidos aos nossos antepassados pela defesa dos valores da liberdade, da justiça e da paz, que tanto queremos preservar.

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