Longa-metragem de Ico Costa “O ouro e o mundo” ganhou dois prémios no FID Marseille


A 35ª edição do Festival Internacional de Cinema de Marselha (FIDMarseille) distinguiu com o Prix Européen des Lycéens Fondation Vacances Bleues destinado a novos talentos e à descoberta de novas cinematografias, e com uma menção honrosa do prémio École de la 2e Chance, também conhecido como Prémio da Esperança, apoiado pela Academia de Ciências, Letras e Artes de Marseille, para a longa-metragem “O ouro e o mundo”, do realizador português Ico Costa.

Os júris destes prémios são constituídos, respetivamente, por alunos do ensino secundário, este ano envolvendo estudantes de escolas da Grécia, Espanha e Alemanha, e do sistema de ensino profissional da região.

“O ouro e o mundo” é a segunda longa-metragem de Ico Costa e foi rodado em Moçambique, onde o realizador tem trabalhado em anos recentes. O filme fez a estreia internacional no Festival de Marseille, poucas semanas depois de ter sido premiado como Melhor Longa-Metragem Portuguesa, no festival IndieLisboa.

Sobre a produção de “O Ouro e o Mundo” – com coprodução francesa – Ico Costa explicou que o filme foi adiado várias vezes por causa da pandemia de Covid-19, e as circunstâncias no terreno acabaram por ditar que fosse feito com “uma equipa pequena e equipamento mínimo”.

O Grande Prémio da Competição Internacional desta edição do Festival de Marseille foi para “Bluish”, uma produção austríaca dirigida por Lilith Kraxner e Milena Czernovsky, que já foi definida como testemunho da Geração Z, ao retratar duas personagens, na casa dos vinte anos, que vagueiam através de uma cidade, em dias sombrios de inverno.

Além de “O Ouro e o Mundo”, a presença portuguesa na competição de Marseille contou ainda com “Sob a chama da candeia”, de André Gil Mata, coproduzido por Portugal e França. O filme tem planos lentos e escassos diálogos, e é a mais recente longa-metragem do realizador, depois de “A Árvore”, de 2018, e da curta-metragem “O pátio do carrasco”, de 2023.

No programa Doc Alliance, de uma plataforma de festivais de documentário do qual o FIDMarseille faz parte, estiveram “As melusinas à margem do rio”, de Melanie Pereira, e “Like the glitch of a ghost”, de Paula Albuquerque, além das ‘curtas’ de coprodução portuguesa minoritária “I stumble everytime I hear from Kiyv” e “Smoke of the fire”, ambas da cineasta ucraniana Daryna Mamaisur, que se fixou em Portugal.

No festival decorreu uma retrospetiva do cinema do realizador brasileiro Adirley Queirós e da realizadora portuguesa Joana Pimenta.

O Festival Internacional de Cinema de Marseille abriu no passado dia 25 com o filme “Grand Tour”, de Miguel Gomes, premiado em Cannes.

LusoJornal