Festival Internacional de Cinema de Groix dedicado aos Açores e Madeira


A 23ª edição do Festival Internacional do Filme Insular de Groix, em França, que arranca hoje, quarta-feira, vai ser dedicada às ilhas portuguesas com uma mostra de 31 produções açorianas e madeirenses de 1926 até 2023.

Groix é uma ilha no departamento do Morbihan, na Bretagne a noroeste de Belle-Île-en-Mer, perto de Lorient e de Ploemeur.

A organização considera tratar-se da “maior mostra de cinema açoriano e madeirense alguma vez organizada num festival internacional”, uma vez que vão ser exibidos 31 filmes e organizadas 21 sessões.

“Queremos especialmente homenagear as ilhas e o povo português em 2024, ano em que se comemora o 50º aniversário da Revolução dos Cravos, durante a qual o povo corajosamente pôs fim a décadas de ditadura salazarista”, justifica a organização.

O festival, que arranca hoje e decorre até domingo, vai exibir filmes dos realizadores açorianos Gonçalo Tocha, Amaya Sumpsi, Diogo Lima, André Laranjinha, Luis Bicudo e Jorge Monjardino, que vão marcar presença no evento, tal como as produtoras Diana Diegues e Sophie Barbara (que integrará o júri da competição internacional).

O Festival Internacional do Filme Insular de Groix vai mostrar, também, produções filmadas nos Açores e Madeira dos realizadores Joaquim Pinto e Nuno Leonel, Cláudia Varejão, Paulo Abreu, Rodrigo Areias, Catarina Mourão, Solveig Nordlund, Raquel Soeiro de Brito, Acácio de Almeida, Jorge Brum do Canto e Manuel Luis Vieira.

“Esta será a maior mostra internacional dedicada ao cinema açoriano que dará uma maior visibilidade aos filmes feitos nos Açores ou realizados por açorianos”, lê-se no comunicado.

Serão ainda organizadas retrospetivas dedicadas aos cineastas Gonçalo Tocha (com os filmes “Balaou” e “É na Terra não é na Lua”) e Amaya Sumpsi (“Meu Pescador, meu Velho” e “Entre Ilhas”).

O programador Tiago Bartolomeu Costa vai apresentar seis sessões de “filmes históricos açorianos e madeirenses que foram recuperados digitalmente” e na sexta-feira, às 18h30, vai acontecer um debate sobre o tema “Fazer cinema nos Açores: realidades e perspetivas”.

O festival vai contar com a presença do escritor e realizador José Vieira, com uma exposição da artista plástica e fotógrafa madeirense Georgina Abreu e atuações dos artistas madeirenses Daniel V. Melim, Mariana Camacho e da associação Xarabanda.

O Festival Internacional de Cinema da Ilha de Groix nasceu em 2001. Estima-se que 10% da população daquela ilha francesa, que tem cerca de 2.200 habitantes, tenha origem portuguesa, num movimento migratório com origem nos anos 1960.

LusoJornal