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A primeira recomendação da semana vai para o filme de Mário Barroso, “L’Ordre Moral”

Lá vamos nós enfrentar mais uns tempos de incerteza. Quantos dias? Quantas semanas? Semanas que somarão meses? E quantos meses?

Saberemos neste feriado em Portugal, data de comemoração da Implantação da República, o que nos caberá, aos franciliens e aos habitantes de algumas outras cidades e áreas metropolitanas de França, em termos de medidas anti-Covid mais restritivas que as atuais. Promete-se o não encerramento das atividades e dos estabelecimentos culturais, dos teatros, cinemas ou museus. A verdade é que, de um calendário vasto de acontecimentos para esta e para as próximas semanas, alguns dos eventos apoiados pelo Camões-Centro cultural português em Paris já se encontram cancelados ou foram adiados: um concerto e uma exposição, esta integrada no Festival parisiense Parcours Bijoux, que deveriam acontecer esta semana na Casa de Portugal da Cidade Universitária, por exemplo. E alguns outros eventos de que vos falaremos aqui podem acabar também por não se realizar. Confirmem sempre, caso a caso, junto das entidades responsáveis.

A primeira recomendação da semana vai para o filme de Mário Barroso, “L’Ordre Moral”, com Maria de Medeiros, em pleno lançamento comercial em mais de meia centena de cinemas por todo o território francês. As críticas são globalmente positivas para o filme e entusiásticas para a atriz, uma estrela segura no universo cultural francês. A história parte de factos verídicos e ganha atualidade no atual contexto de denúncia da opressão feminina expondo a violência e hipocrisia da sociedade masculina sobre uma rica burguesa lisboeta de meia-idade que, nos anos 20 do século passado, resolveu desafiar a moral vigente.

Algumas sessões de lançamento do novo livro de Dulce Maria Cardoso, “Eliete, la vie normal”, terão lugar em Bordéus, Paris e Lyon, entre os dias 6 e 9 desta semana. O livro parece colocar-nos num mundo oposto ao da rica Maria Adelaide (assim se chama personagem encarnada por Maria de Medeiros) registando a vida banal de uma pequeno-burguesa. Veremos que não é assim. Em duas linguagens diversas, temos acesso à vida de duas mulheres portuguesas – e, apesar do século inteiro que as separa, as suas histórias estão mais próximas do que poderíamos supor.

Dia 8, às 19h00, no Museu Cité de l’Architecture, em Paris, a Plataforme de la création architectural inaugura o seu programa trimestral de diálogo com uma conversa entre dois arquitetos. O francês Jean-Christophe Quinton encontra o português Paulo David, internacionalizado a partir do seu trabalho na Ilha da Madeira. Mais um momento importante na afirmação da nossa produção arquitetónica!

Dois jovens artistas portugueses residindo em França como é o caso de Esmeralda da Costa (que integra a coletiva “Proxémie” no festival das Arts éphémères, até dia 13, no Parc de Maison Blanche, em Marseille) ou AOS, acolhido pela galeria parisiense Les Temps donnés, até dia 17, apresentam os seus trabalhos ao público francês.

Mas a semana acaba em música e com música: com um significativo (embora também amputado) programa de artistas de países lusófonos, do rap ao fado, na Cité de la Musique, dias 9 e 10. Neste chamado “Week-end Lusitânia” destaque para a eletrizante Pongo, designada a rainha do kuduro angolano, que se produz em Lisboa e no mundo e entra em palco às 20h30 do primeiro dia.

Boas escolhas culturais e até para a semana.

 

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LusoJornal