LusoJornal / Mário Cantarinha

ADAP Drancy: “As pessoas vão esquecendo as tragédias passadas”

Algumas associações portuguesas em França começaram a retomar as suas atividades, mesmo se parcialmente, mas tal não foi ainda o caso da ADAP de Drancy. “A nossa equipa de futebol está parada até setembro, as aulas de português igualmente. Estamos a reunir condições e esperamos começar os ensaios de folclore quando as condições sanitárias permitirem. Não sabemos exatamente quando será o nosso próximo evento, mas estamos todos prontos” disse ao LusoJornal o Presidente da associação, Carlos Alves Mendes.

Carlos Alves Mendes assumiu a presidência da associação há pouco tempo, sucedendo à sua própria mãe, mas teve de enfrentar a pandemia de Covid-19 e foi obrigado a cancelar vários eventos. “Começou com a noite do Carnaval, no mês de março, que cancelámos antes do início do confinamento. Também cancelámos a nossa Festa de aniversário da associação onde costumamos apresentar as nossas atividades e com muita tristeza fomos obrigados a cancelar também o nosso maior evento, a ‘Festa da Sardinha’” disse ao LusoJornal. “Além disso, a associação devia participar também na festa da cidade de Drancy”.

A associação também cancelou os ensaios de folclore, os treinos de futebol e as aulas de português.

O Presidente garante que a associação “tem uma política de gestão razoável e económica”, e por isso não enfrenta para já problemas financeiros. “A nossa associação está em perfeita saúde e não teve problemas graves”.

Mas algumas associações estão a ser fortemente impactadas. Para Carlos Alves Mendes “esta pausa forçada também deu tempo a muitos dirigentes de sair dessa rotina. Hoje muitos deles refletem se tanto trabalho vale mesmo a pena”. Mas considera ainda que “para outros, essa pausa também deu tempo para carregar baterias e agora estão prontos para continuar a dar alegrias à gente. Em Drancy, a nossa equipa está motivada, trabalhamos na nossa sede par melhorar condições de trabalho e de receção. Nós e os nossos aderentes estamos ansiosos que chegue o primeiro evento post-Covid, para ver as salas de espetáculo iluminar de novo a alegria de um povo cheio de saudades da liberdade…”

O Presidente da ADAP considera que as pessoas estão ansiosas de poder novamente cantar, dançar e festejar. “A maior faculdade que se calhar também é o maior defeito do ser humano, é a sua memória curta. Isso ajudou muito a humanidade a avançar sempre em frente, esquecendo as tragédias passadas. Eu penso que tudo vai correr bem e que essa crise, como tantas outras, vai ser esquecida”.

 

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