Parte dos habitantes de Ribeira de Pena afetados pela construção da barragem do Alto Tâmega continuam nas suas casas apesar do final do prazo para deixarem a habitação e garantem manter-se até serem obrigados a sair, como é o caso de Ana Maria Gonçalves, que tem os filhos emigrados em França.
A empresa responsável pelo projeto que integra o Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), a Iberdrola, preparou na localidade do distrito de Vila Real contentores para servirem de habitação provisória às famílias, mas estes ainda não estão a ser utilizados.
Segundo dados da autarquia de Ribeira de Pena, dos 49 casos de famílias que terão de ser realojadas no concelho, seis encontram-se resolvidos, 19 estão em tribunal e 24 em negociação.
Ana Maria Gonçalves (na foto) continua a viver na sua casa de uma vida apesar da carta recebida para deixar a sua habitação.
“Não me deram dinheiro praticamente nenhum e por isso não saio daqui, pois não pagaram o suficiente para poder fazer outra”, atirou.
Com 83 anos, e a viver com o marido há 53 anos naquela casa, confessa sentir-se “muito triste” perante a necessidade de deixar a sua localidade.
“Trabalhamos muito para a ter, compramos o terreno e fizemos a casa com seis quartos, pois tivemos seis filhos”, explica.
Com os filhos emigrados em França, Ana Maria Gonçalves recusa-se mudar para os contentores provisórios por estes não terem “dignidade para lá viver”.
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