Ana Gonçalves posa junta á sua casa de onde será expropriada devido ás barragens do Alto Tâmega, em Ribeira de Pena, 05 de novembro de 2019. Parte dos habitantes de Ribeira de Pena afetados pela construção da barragem do Alto Tâmega continuam nas suas casas apesar do final do prazo para deixarem a habitação e garantem manter-se até serem obrigados a sair. (ACOMPANHA TEXTO DO DIA 06 DE NOVEMBRO DE 2019). PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA Lusa/Pedro Sarmento Costa

Ana Maria Gonçalves, com os filhos emigrados em França, não quer deixar casa em Ribeira de Pena

Parte dos habitantes de Ribeira de Pena afetados pela construção da barragem do Alto Tâmega continuam nas suas casas apesar do final do prazo para deixarem a habitação e garantem manter-se até serem obrigados a sair, como é o caso de Ana Maria Gonçalves, que tem os filhos emigrados em França.

A empresa responsável pelo projeto que integra o Sistema Eletroprodutor do Tâmega (SET), a Iberdrola, preparou na localidade do distrito de Vila Real contentores para servirem de habitação provisória às famílias, mas estes ainda não estão a ser utilizados.

Segundo dados da autarquia de Ribeira de Pena, dos 49 casos de famílias que terão de ser realojadas no concelho, seis encontram-se resolvidos, 19 estão em tribunal e 24 em negociação.

Ana Maria Gonçalves (na foto) continua a viver na sua casa de uma vida apesar da carta recebida para deixar a sua habitação.

“Não me deram dinheiro praticamente nenhum e por isso não saio daqui, pois não pagaram o suficiente para poder fazer outra”, atirou.

Com 83 anos, e a viver com o marido há 53 anos naquela casa, confessa sentir-se “muito triste” perante a necessidade de deixar a sua localidade.

“Trabalhamos muito para a ter, compramos o terreno e fizemos a casa com seis quartos, pois tivemos seis filhos”, explica.

Com os filhos emigrados em França, Ana Maria Gonçalves recusa-se mudar para os contentores provisórios por estes não terem “dignidade para lá viver”.

 

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