Apresentação do livro “O confinamento visto de Paris” de José Manuel Roussado

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Tal como prometido, foi na sua terra natal de Montelavar, Sintra, e perante uma plateia de quase cem pessoas, que José Manuel Roussado (1954) fez a primeira apresentação pública da sua obra de estreia “O confinamento visto de Paris” (Editora Oxalá).

Uma obra de “poesia popular” que este antigo gerente bancário e Conselheiro do CCP (Concelho das Comunidades Portuguesas), residente em Neuilly-sur-Seine – ele, agora com 67 anos, veio viver para França em 1973 – diz ter aparecido de forma “espontânea” no dia 25 de abril de 2020, durante o Grande Confinamento francês, quando “se encontrava em casa sem atividade” o que o levou “a pegar na esferográfica e a escrever” embora sentisse que “não estava a escrever poesia”, mas, sim, “uns poemas descritivos”.

“Estava eu em casa, como grande parte da população, quando vi, na televisão francesa, as janelas de Milão enfeitadas por bandeiras vermelhas enquanto o povo cantava a Bella Ciao. Os italianos festejavam assim em plena pandemia o seu dia nacional que é no dia 25 de Abril. Os italianos eram na altura, o povo europeu mais atingido pela pandemia. A primeira vítima portuguesa foi um antigo administrador da Caixa Geral de Depósitos, com quem eu tinha reunido uns trinta anos antes, e que regressava de Milão nessa altura. No mesmo dia, vi também em Portugal o nosso povo cantar à janela a Grândola Vila Morena”.

Na apresentação da obra, na sala da Sociedade Filarmónica Boa União Montelavarense – este evento enquadra-se nas celebrações dos 131 anos da coletividade -, que contou com a presença de Rui Maximiano, Presidente da Junta de Freguesia, o autor falou do silêncio e do medo que imperavam durante o primeiro confinamento. “O medo levou-me a escrever qualquer coisa, e o medo e o silêncio são dois temas que estão interligados”.

Uma experiência de medo e silêncio que o autor experimentou a dobrar, pois viveu o primeiro confinamento em França e, em janeiro/fevereiro de 2021, viu-se em Portugal durante o pior momento da pandemia. Esta dupla experiência permite-lhe comparar “mentalidades” e a maneira como cada um dos povos, o francês e o português, viveram estes momentos tão duros.

“Em relação ao respeito pelas normas, os portugueses, no meu entender, foram mais obedientes do que os franceses. Tal atitude, no meio daquele inverno rigoroso, impediu que o desastre fosse ainda maior. Dou aqui um exemplo: um dia de manhã, fazia eu uma caminhada sem máscara, pois não era obrigatório o seu uso desde que se respeitasse a distância social, um automóvel com uma senhora a conduzir, e com a máscara, afrouxa para ralhar comigo e me incitar a pôr a máscara. Uns minutos depois, outro carro e o mesmo recado. Percebi aí que os portugueses eram mais rigorosos”.

Uma carreira literária que promete não ficar por aqui. José Manuel Roussado está a ultimar uma peça de teatro e começa a pensar na escrita de uma autobiografia.

 

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