Associação de Pontault-Combault quer oficialização do ensino de português

A Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, visitou a Associação Portuguesa Cultural e Social de Pontault-Combault (APCS), onde também funciona o Instituto Lusófono.

“A principal atividade da associação é o ensino de Português e a atividade mais visível é a Festa Franco-Portuguesa” explica Cipriano Rodrigues ao LusoJornal. “Mas também temos um grupo coral, um grupo de teatro e fazemos outras atividades”.

A associação tem 183 alunos inscritos, 40 dos quais são adultos. “Temos alunos que aprendem português língua estrangeira e também temos um pequeno grupo de alunos que vieram recentemente de Portugal, e que estão a aprender o francês como língua estrangeira” explica Débora Arruda Cabral, a Professora responsável pelos cursos de português. “Temos alunos desde os 4 anos até aos 18 anos. Temos 4 grupos de crianças pequenos e tem-se verificado um aumento nesse nível e uma diminuição nos mais velhos”.

“Vi uma organização importante do ponto de vista do ensino da língua portuguesa” confirmou Berta Nunes ao LusoJornal. Aliás, uma das quatro professoras do Instituto Lusófono é destacada pelo Instituto Camões.

Mas os dirigentes da associação lamentam que “todo o nosso ensino não é reconhecido oficialmente, nem os professores, pelo Estado português. Os pais põem aqui os filhos a estudar, têm de pagar as aulas e o nosso ensino não é reconhecido porque não há um diploma” argumenta Débora Arruda Cabral.

Cipriano Rodrigues explica que os pais já pagam as aulas de Português, cujo valor ascende a 300 euros por ano, e depois, se quiserem ter um diploma, têm de pagar mais 100 euros ao Instituto Camões. “Pedimos o fim da Propina e o reconhecimento do nosso ensino”.

“O que nos foi pedido é que o Instituto Camões possa ajudar a pagar os outros professores, incluindo todos os alunos no sistema de ensino reconhecido pelo Camões, o que poderá ser bastante importante para manter a atratividade deste ensino” resume Berta Nunes.

Durante a visita às instalações da associação – uma antiga escola cedida à associação pela Mairie – Berta Nunes esteve acompanhada pelo Presidente Cipriano Rodrigues, pelo Fundador da associação, Mário Castilho, e por Philippe Martins.

“Tenho a sorte de ter esta associação aqui na cidade” confirma o Maire Gilles Bold. “Somos uma cidade rica pela diversidade cultural, e a cultura lusófona é importante em Pontault-Combault. As suas raízes são nobres, merecem ser cultivadas e transmitidas aos mais novos” confirma o Maire que é candidato à sua própria sucessão.

“A relação com a Mairie é estupenda. Foi assim desde que a associação foi criada. Teve altos e baixos, como todas as associações, mas a Mairie esteve sempre ao nosso lado, tem-nos ajudado muito. Foi também graças à Mairie que nós crescemos e somos o que somos hoje” confirma Cipriano Rodrigues.

Berta Nunes prometeu voltar a Pontault-Combault, provavelmente para a 45ª edição da Festa Franco-Portuguesa, no fim de semana da Pentecostes.

 

<i class=”fa fa-camera” aria-hidden=”true”></i> Philippe Martins