Philippe Martins

Berta Nunes visitou Pontault-Combault para analisar Protocolo

A Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas esteve no fim de semana passado em Pontault-Combault (77), onde visitou a Associação Portuguesa Cultural e Social (APCS) daquela cidade e onde foi recebida pelo Maire Gilles Bord.

Pontault-Combault foi a primeira cidade a ter assinado um Protocolo de cooperação com a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas e Berta Nunes quis encontrar os dois interlocutores desse Protocolo: a autarquia e a associação portuguesa local.

“Este foi o primeiro Protocolo que a Secretaria de Estado assinou para dar apoio aos Portugueses que estão em situação de dificuldade, com um serviço de atendimento social que tem lugar na sede da associação portuguesa” explica Berta Nunes ao LusoJornal. “Constatei que esse atendimento se tem revelado muito importante para os Portugueses porque continuam a chegar aqui Portugueses por vezes sem contrato, que se encontram depois em situações difíceis, dificuldades de contacto com a Administração francesa, por vezes não sabem interpretar bem o que lhes é pedido… Este atendimento é tão importante que neste momento não serve apenas Pontault-Combault, mas serve também outras localidades aqui à volta”.

Berta Nunes diz que veio a Pontault-Combault porque “queríamos avaliar” como está a funcionar o Protocolo. “A nossa avaliação é bastante positiva e vamos daqui motivados para poder fazer este tipo de Protocolo com outras Câmaras municipais e assim apoiar melhor os Portuguesas”.

Gilles Bord foi acolher a Secretária de Estado à sede da APCS e depois recebeu-a na Mairie onde estava hasteada a bandeira portuguesa. A cidade tem cerca de 38.000 habitantes e o Maire diz que 15 a 20% da população é portuguesa ou tem origem portuguesa. Cipriano Rodrigues, o Presidente da APCS fala em 13.000 a 14.000 Portugueses. “Está na ADN da cidade e é uma das componentes mais importantes de Pontault-Combault.

Gilles Bord está casado com uma Portuguesa, Elisabete Antunes, e considera-se “grande amigo e admirador” de Portugal.

Numa reunião com a Secretária de Estado, Gilles Bord evocou também a geminação entre Pontault-Combault e Caminha – a primeira geminação entre localidades dos dois países. Foi estabelecida em 1977 e assinada oficialmente em 1978.

“A Geminação funciona bem. A amizade entre os povos está provada entre a França e Portugal” diz Gilles Bord, anunciando as áreas que têm estado mais ativas: desporto, cultura e ensino. “Temos de evoluir agora para os intercâmbios económicos, para que as economias portuguesa e francesa possam beneficiar das riquezas de cada um” disse ao LusoJornal.

Já Cipriano Rodrigues, o Presidente da Associação é mais crítico e considera que “as relações neste momento são mínimas”.

“A Câmara de Caminha vê-nos durante a Festa Franco-Portuguesa, o Senhor Presidente da Câmara, Miguel Alves, vem cá, fala para 30 mil pessoas, mas depois durante o ano tem tendência para nos esquecer. E é pena porque há muitos projetos que nós podíamos fazer em comum. Entre a associação, a cidade de Caminha e a cidade de Pontault-Combault”.

Gilles Bord pediu apoio à Secretária de Estado para que sejam desenvolvidas mais ações económicas entre Pontault-Combault (e as autarquias da região) e Portugal.

“Tenho verificado que cada vez mais as geminações não se limitam apenas aos intercâmbios culturais e desportivos, mas desenvolvem também cada vez mais a componente económica, até porque as Câmaras em Portugal estão mais sensibilizadas para isso e as Comunidades intermunicipais têm mais competências nestas áreas, sobretudo porque as Câmaras pequenas têm mais dificuldades em contrair investimento” explica Berta Nunes ao LusoJornal ao mesmo tempo que constatava que “aqui esta parte económica ainda não está muito desenvolvida”.

“O Maire está muito interessado que façamos essa ponte mais económica e nós também estamos interessados porque a nossa Secretaria de Estado e a Secretaria de Estado da Valorização do Interior estamos a preparar o Plano nacional de atração dos investimentos da diáspora que tem exatamente este objetivo de trabalhar pequenos, médios e até micro investimentos de emigrantes em Portugal, de empresas portuguesas que possam vir aqui trabalhar, internacionalizar os produtos portugueses, e por isso esta parte económica é muito importante para nós” explicou Berta Nunes.

 

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