Boa Notícia: Conhecer a voz


Este domingo (o 4º do tempo Pascal) é chamado “Domingo do Bom Pastor”, pois a liturgia propõe-nos, todos os anos, um trecho diferente do 10º capítulo do Evangelho de S. João, onde Jesus se apresenta com esse título: «Eu sou o Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas».

Na nossa cultura urbana, o “pastor” é quase uma figura de outras eras, que pouco evoca, a não ser um mundo distante e quase fabulista, que pouco ou nada tem a ver com o nosso quotidiano. Em contrapartida, conhecemos bem a figura do presidente, do líder, do chefe: não raras vezes, é alguém que se impõe pela força, que manipula as massas, que escraviza os que estão sob a sua autoridade, que se aproveita dos fracos, que humilha os mais débeis… Ao propor-nos a figura bíblica do “Bom Pastor”, o Evangelho convida-nos a refletir sobre o serviço da autoridade. É-nos proposta como modelo de líder (ou de “Pastor”) uma figura que oferece a vida, que serve, que respeita a liberdade das pessoas, que se dedica totalmente, que ama gratuitamente.

Para os cristãos, o Pastor por excelência é Cristo: Ele recebeu do Pai a missão de nos conduzir das trevas para a luz, da escravidão para a liberdade, da morte para a vida. No entanto, devemos responder com honestidade: o nosso Pastor é, de facto, Cristo, ou temos outros “pastores” que nos arrastam e que são as referências fundamentais à volta das quais construímos a nossa existência? Qual é a voz que condiciona as nossas opções? A voz do êxito e do triunfo a qualquer custo? Do comodismo e da instalação? Será que seguimos apenas quem grita mais alto e tenta inflamar as multidões?

Qual é a voz que te conduz?

Bom domingo e boa reflexão.