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Boa Notícia: Palavra e Pão

No próximo domingo, dia 26, o Evangelho relata-nos a experiência de dois discípulos que vão a caminho de Emaús. Ambos conhecem a história de Jesus de Nazaré e estão ao corrente do desaparecimento do corpo e dos primeiros anúncios da Ressurreição. Contudo, não acreditam que sejam verdade e nem mesmo aguardam alguns dias em Jerusalém para ver o resultado desses “boatos”, mas apressam-se a regressar à própria aldeia, sem esperança e sem fé.

É neste contexto de desânimo que os dois discípulos são abordados por um “desconhecido”. É graças a Ele (às Suas palavras e aos Seus gestos) que o encontro entre os três viajantes assume imediatamente contornos que nos são muito familiares: «explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito (…) quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho».

Esta «explicação das Escrituras», que permite aos discípulos entenderem a lógica do plano de Deus e o «partir do pão», que faz com que os discípulos entrem em comunhão com Jesus e o reconheçam no mistério da Ressurreição, correspondem aos dois momentos essenciais da celebração da Missa: em primeiro lugar, a liturgia da Palavra, seguida posteriormente pela liturgia Eucarística.

Este episódio recorda-nos que o encontro com Jesus vivo e ressuscitado é possível hoje (e sempre) na celebração comunitária da Santa Missa. Sempre que nos sentamos à mesa com a comunidade e partilhamos a Palavra e o Pão que Jesus nos oferece, damo-nos conta de que o Ressuscitado caminha ao nosso lado. Sempre que nos juntamos com os irmãos à volta da mesa de Deus, vivemos a experiência do encontro com o Senhor.

Poderá parecer estranho insistir na importância da celebração comunitária da Eucaristia, neste momento em que milhões de fiéis em todo o mundo não têm a possibilidade de se reunir nas suas igrejas e comungar do Corpo de Cristo. No entanto, é necessário. Vivemos um momento excecional, em que a criatividade dos pastores, aliada às tecnologias da comunicação, permite que possamos acompanhar das nossas casas a transmissão diária da Santa Missa, podendo até escolher entre aquela que é celebrada na nossa paróquia, no nosso santuário de predileção ou presidida pelo Santo Padre em Roma.

Não nego que estas transmissões sejam uma grande consolação neste período de pandemia e a beleza de algumas liturgias permanecerá na minha memória durante muitos anos. No entanto, nada poderá substituir o encontro entre irmãos junto ao altar.

Tal como uma videochamada não é comparável a uma visita e a um abraço apertado, também a missa em streaming não substitui a Eucaristia celebrada entre irmãos, entre paroquianos. Mas é o que temos, por enquanto. E ainda bem!

Possa este longo período de jejum eucarístico, que tantos irmãos e irmãs atravessam, despertar em toda a Igreja a fome do encontro dominical com Jesus Cristo e ajudar-nos a crescer na fidelidade ao 3º mandamento.

 

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