Boa Notícia: Pão para o Caminho

Este Domingo escutamos mais uma passagem do longo discurso sobre o “pão vivo que desceu do céu para dar vida ao mundo”. Neste trecho, no entanto, Jesus vai um pouco mais além: convida os seus interlocutores a comer a sua carne e a beber o seu sangue.

Quando Jesus Se apresentou como “pão vivo”, os judeus entenderam que Ele pretendia ser uma espécie de “mestre de sabedoria” que trazia aos homens palavras de Deus (também isso, tinham dificuldade em aceitar, mas pelo menos, entendiam aonde Ele queria chegar)… Mas agora Jesus fala em “comer” a sua carne. O que significam as suas palavras? São palavras difíceis de entender se não nos colocarmos numa perspetiva eucarística; se não tivermos em consideração a celebração e o significado da Eucaristia.

A palavra “carne” (em grego, “sarx”) designa a realidade física do homem, na sua condição débil, transitória e caduca. Ora, foi precisamente nessa “carne” (isto é, no corpo físico de Jesus) que se manifestou, em gestos concretos, a Sua doação e o Seu amor até ao extremo.

Participar no encontro eucarístico é encontrar-se, hoje, com esse Cristo que tornou presente na sua pessoa física (na sua “carne”) uma vida feita de amor, partilha, entrega, até ao dom total de si mesmo na cruz. “Comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus, é acolher, assimilar e interiorizar essa proposta de vida; aceitar que ela é um caminho para a felicidade, para a realização plena do homem, para a vida definitiva.

Uma Eucaristia bem vivida transforma-se numa experiência profunda de adesão a Cristo e ao seu projeto. Dela resultará o imperativo de uma entrega semelhante à Sua em favor dos nossos irmãos e da construção de um mundo novo. Temos de lutar, como Jesus, contra a injustiça, o egoísmo, a opressão, o pecado; esforçarmo-nos por eliminar tudo o que desfeia o mundo e causa sofrimento e morte; construir, como Jesus, um mundo de liberdade, de amor e de paz; testemunhar, como Ele fez, que a vida verdadeira é aquela que se faz amor, serviço, partilha e doação até às últimas consequências.

 

 

LusoJornal