Vítor Matias

Com quatro empresas portuguesas: Salão da Agricultura com sotaque português

O Salão da Agricultura decorreu, de 23 de fevereiro a 3 de março, na Porte de Versailles, em Paris, com a presença de países lusófonos: Brasil, Cabo Verde e Portugal.

Quatro empresas portuguesas estiveram presentes: Queijaria Nacional, Bísaro – Salsicharia Tradicional, Fumeiro de Seia e Carola & Borralho.

LusoJornal deu uma volta pelos corredores desta feira da agricultura, por onde passam todos os anos cerca de 700.000 pessoas, e falou com duas das quatro empresas presentes.

 

Carola e Borralho, o animal na pele

Sílvia Carola da empresa de Peles e Coiros, Carola e Borralho, analisou esta edição do Salão da Agricultura, abordando o setor de atividade onde atua.

 

Esta feira acaba por ser um encontro importante?

Neste Salão fazem-se contactos e negócios. É por isso que estou cá há mais de oito anos. Claro que a França e o mercado francês não é o mesmo que há oito anos. Está mais difícil, mas ainda vale a pena.

 

Sente que houve uma evolução para melhor ou pior?

Há menos poder de compra, isso nota-se. Nota-se que as pessoas estão mais reticentes. É normal. Em Portugal já passamos essa fase… Toda a Europa está numa situação algo difícil. Mas de qualquer maneira esta feira faz falta, é uma grande feira. É uma das maiores feiras da Europa. Há pessoas de norte a sul de França, e também de outros países, e claro de Portugal.

 

Como podemos definir a sua atividade?

Somos do Alentejo e temos um produto que é uma reciclagem de peles. Estamos numa zona rural do Alentejo onde se vive de pastorícia e da produção de animais. Somos uma reciclagem dessas peles.

 

De onde são provenientes os seus clientes?

São portugueses, franceses, ingleses, visto que o meu melhor cliente está na Inglaterra, ou ainda Italianos. Temos bons produtos.

 

São do Alentejo, pode-nos falar da desertificação?

A desertificação existe no mundo rural porque as máquinas estão a substituir as pessoas. Há partes boas e más nisso. As pessoas acabam por sair para as cidades ou para o estrangeiro.

 

Fumeiro de Seia, gastronomia à portuguesa

Francisco Mendes, responsável da empresa Fumeiro de Seia, admitiu que a sua presença tem sido assídua porque só assim é que se conquistam clientes.

 

É importante estar presente em Paris?

É a nona edição que estamos aqui. E posso dizer que agora há mais pessoas a visitarem-nos e a procurarem os nossos produtos. Mas isto é um trabalho realizado ao longo dos anos. Os primeiros anos foi para dar a conhecer aos Franceses, e às pessoas que têm interesse por charcutaria. Hoje já são os clientes que nos procuram. Agora estar presente em Paris é mais interessante do que há alguns anos atrás.

 

Podemos dizer que Portugal está na moda?

Portugal está na moda e os produtos portugueses também por consequência. Os produtos também ajudam a dar nome ao país. Por isso é importante estar presente nestes eventos onde passam tantas nacionalidades e tantas pessoas. Muitas pessoas nunca foram a Portugal e algumas até nem sabem onde é, mas já conhecem a morcela ou o vinho tinto por causa do Salão da Agricultura. É muito importante também os produtos darem nome ao país, darem a conhecer o país. Deve ser uma aposta cada vez mais forte. As pessoas quando vieram ao nosso stand ficaram a conhecer a charcutaria, os enchidos, os queijos, os presuntos, e também sandes porque assim podem provar o produto diretamente, se por acaso não podem levar para casa. Demos a provar, demos a possibilidade de consumir no local e tentámos dar a conhecer o máximo de produtos possíveis.

 

(1) Em colaboração com Vítor Matias.

 

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