Corrida solidária da Misericórdia de Paris para ajudar quem mais necessita

A Santa Casa da Misericórdia de Paris organizou este fim de semana mais uma edição da Corrida da Solidariedade, no Domaine de la Cour Roland, em Jouy-en-Josas (78), e este ano o “padrinho” do evento foi o humorista José Cruz.

Há 11 anos que a Misericórdia de Paris organiza esta corrida para angariar fundos para apoiar os mais necessitados. Cada participante pagou uma inscrição para percorrer 4 ou 8 km, a correr ou a andar. O importante era mesmo participar. “Uma Comunidade forte é uma Comunidade que não deixa alguns dos seus na berma da estrada” resume Joaquim Sousa, um dos antigos Provedores da Santa Casa da Misericórdia de Paris e agora “Embaixador” desta instituição de solidariedade.

“Aconteceu aqui um grande sentimento de solidariedade e de entreajuda. Nós devemos treinar todos os dias para ajudar o próximo e temos de continuar a fazê-lo. Não custa nada ajudar, antes pelo contrário, vale sempre a pena” diz, por seu lado, a Cônsul-Geral de Portugal em Paris, Mónica Lisboa, que também correu. “Apelo a todos para que, sempre que haja alguma ocasião, se juntem à Santa Casa da Misericórdia de Paris, mas também a muitas outras instituições no terreno. Esta união fará a diferença”.

“É uma grande honra. Quando me pediram para ser o padrinho desta corrida, fiquei muito honrado” garante José Cruz ao LusoJornal. “E fiz tudo para fazer vir o máximo de pessoas”.

A Provedora da Misericórdia de Paris diz que os anos de pandemia alteraram tudo. “As pessoas perderam o hábito de vir à corrida durante três anos. No ano passado já correu bem e este ano as coisas estão já a entrar nos eixos”.

Se no ano passado chovia durante a corrida, este ano esteve bom tempo, “nem está um calor abrasador, nem está a chover, temos um tempo agradável” resumiu Ilda Nunes. “Esta corrida tinha sempre lugar em outubro, mas nessa altura o tempo estava sempre incerto. Agora estamos muito melhores”.

Ilda Nunes diz que “esta é uma corrida para angariar fundos, mas também é um momento de convívio, de festa, e eu constato que há pessoas satisfeitas, alegres, riem…”. Depois da corrida, no ar pairava um cheiro a sardinhas. “Eu adoro este cheiro de sardinhas, faz lembrar Portugal e as festas dos Santos populares” confessa a Provedora, garantido que “no próximo ano será ainda melhor e teremos mais gente. Sou alguém com esperança no futuro”.

Durante a corrida, destacavam-se as camisolas azuis da Caixa Geral de Depósitos que inscreveu cerca de 50 participantes. Cristina Antunes garante que “a nossa presença, a dos nossos colaboradores, é para ajudar a Misericórdia de Paris. Todos os anos tentamos fazer mais, mas é sempre pouco. Esperamos que no próximo ano haverá ainda mais colaboradores e mais pessoas a correr” disse ao LusoJornal. “Tenho a certeza que, todos juntos, podemos fazer muito mais pela Comunidade”.

Cristina Antunes diz que as agências do banco distribuíram informação sobre esta Corrida solidária. “E estou a ver aqui alguns dos nossos clientes. Esta é uma das causas mais nobres que temos em França” disse, e depois felicitou a Provedora Ilda Nunes. “É uma pessoa que tem as mãos abertas. Ajuda o próximo e precisa de nós”.

Também o Banque BCP marcou presença com uma grande equipa de colaboradores. “Há vários anos que apoiamos a Santa Casa. Para nós é muito importante apoiarmos e corrermos para ajudar todas as pessoas que precisam. É muito importante e vamos continuar a ajudar a associação” disse ao LusoJornal Sofia Fernandes. “Este ano tivemos mais gente do que no ano passado e espero que nos próximos anos teremos ainda mais pessoas a aderir. Que chova ou não, o importante é mesmo estar aqui a apoiar a associação”.

Sofia Fernandes destacou o ambiente familiar, de convívio, e a paisagem do parque. “Também estivemos presentes no jantar do 30° aniversário da Misericórdia. O objetivo é podermos apoiar as iniciativas durante o ano e sermos um parceiro presente”.

A Cônsul-Geral de Portugal considera que “a Comunidade portuguesa é muito diversificada e tem várias expressões. É uma Comunidade riquíssima e, uma grande Comunidade franco-portuguesa, com muito valor, e eu orgulho-me muito de a representar”.

Este domingo esteve na corrida com alguns dos colaboradores do Consulado português. “A Misericórdia de Paris é uma instituição que não se tem esquecido aqueles que têm mais idade, daqueles que estão sozinhos, que por vezes terminam a vida sozinhos, também faz visitas e dá apoio aos detidos” diz Mónica Lisboa. “A grande equipa do Consulado está muito mobilizada, são pessoas que trabalham todos os dias no serviço público, mas nestas alturas também apoiam a Santa Casa da Misericórdia de Paris”.

O grupo de bombos de Santo André de Brie-Comte-Robert, um rancho folclórico e o grupo musical 100 Limit deram animação a este evento.

Os dirigentes da Santa Casa da Misericórdia de Paris já estão agora focados no jantar de Gala para angariação de fundos que tem lugar, como todos os anos, no 3° sábado do mês de novembro, na Sala Vasco da Gama, em Valenton (94).