Covid-19: Crise das associações pode afastar os emigrantes mais jovens de Portugal

O Conselheiro das Comunidades portuguesas eleito em França Paulo Marques, alertou hoje para a crise do movimento associativo devido à pandemia de Covid-19 que, se acabar, fará com que os Franceses de origem portuguesa deixem de querer conhecer Portugal.

De portas fechadas e a viver uma grave crise, o movimento das associações de emigrantes em França passa por dias difíceis, pois “tem de pagar as rendas e reembolsar as quotas das atividades não realizadas”, afirmou o Conselheiro das Comunidades Paulo Marques.

“Não há festas, eventos, há uma real distanciação social e sobretudo associativa”, referiu o também Presidente da Associação dos Eleitos Portugueses e Luso-Franceses Cívica e autarca de Aulnay-sous-Bois (LR).

Para Paulo Marques, esta crise poderá ter graves consequências na ligação entre os Franceses de origem portuguesa e Portugal, pois na maioria dos casos são as associações de emigrantes que dinamizam e perpetuam a cultura portuguesa nos países onde estes lusodescendentes vivem.

E recordou que a Comunidade portuguesa tem uma característica única na emigração, pois os mais novos continuam a querer conhecer o país dos seus pais e avôs, em parte estimulados pela sua cultura que as associações dão a conhecer. “São poucos os descendentes em outros países que voltam às terras dos seus pais ou avós”, disse.

E avisou: “Sem estas associações abertas, o movimento deixa de existir e os mais jovens de ter uma razão para ir a Portugal”.

Esta é, na opinião deste Conselheiro, uma razão válida para o Governo português ajudar estas associações, até porque “a ida dos emigrantes a Portugal, sobretudo no verão, representa cerca de 30% da economia do interior”.

Sem as associações a funcionar, “as pessoas não se reencontram. Restam algumas iniciativas através de plataformas virtuais”.

 

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