Covid-19: Fadista Tereza Carvalho faz diretos nas redes sociais para levar o Fado a quem está em casa

A fadista Tereza Carvalho mora em França há 5 anos e o seu último álbum chama-se “Gotas de Fado”, lançado em outubro de 2018.

Confinada em casa por causa da pandemia do Covid-19, com espetáculos anulados neste período, decidiu fazer dois “diretos” por semana nas redes sociais, para levar o Fado a quem está em casa.

Mas este é também um momento propício à reflexão e Tereza Carvalho diz que espera que o “novo mundo” que há de chegar depois da pandemia, seja mais humilde e mais simples.

 

Como está a passar este período?

Neste momento estou em França, país que me adotou há 5 anos. Devido a esta crise sanitária, estou em casa.

 

Teve espetáculos anulados nesta altura?

Sim, vi os meus espetáculos serem adiados. Neste momento não é permitido trabalhar, nem fazer espetáculos devido a este “inimigo invisível”, devido a esse “senhor Covid-19’.

 

Quando espera regressar à atividade?

Desejo que a partir de final de setembro (data do início dos espetáculos adiados), já me seja possível regressar aos palcos. Todos os espetáculos são importantes. Todo o público e fãs são sempre bem-vindos e acarinhados.

 

Precisamente, como mantém os contactos com os seus fãs neste momento?

Para ajudar a passar o tempo livre e estar em contacto com os meus fãs, amigos e familiares, tento “reinventar-me”. Aproveito as redes sociais, nomeadamente o Facebook, para me manter em “ação” e dessa forma também ajudar a passar o meu tempo de uma forma positiva e construtiva. Iniciei dois programas em direto. O primeiro direto chama-se “Hora do Lanche”, uma vez por semana às quintas-feiras, às 16h00 de França, 15h00 de Portugal. Este programa é direcionado a todas as idades e tem um conceito informativo, musical e divertido. O segundo direto, que se chama “Fado em Minha Casa”, é transmitido aos domingos à noite, é reservado para quem gosta de Fado tradicional, é uma viagem ao interior dos nossos sentimentos, onde convido os presentes a baixarem a luz, beberem um vinho do Porto, fecharem os olhos e viajarem para onde desejarem.

 

Está preocupada com a situação atual de pandemia?

Estou muito preocupada com esta situação. Nunca passámos por nada igual. O facto de ser um “inimigo invisível” deixa-me ainda mais amedrontada.

 

Quando esta situação passar o que espera do “novo mundo”?

Espero que todos ganhemos noção do que realmente é importante na nossa vida. Espero que o ser humano se torne mais humilde, mais simples, com princípios e valores que possam ajudar o Planeta e a Humanidade. Que deem valor ao vizinho do lado, a um mendigo, aos artistas da terra e que se unem para juntos a vencer e poderem sorrir e ser mais fortes. Desejo que o ser humano deixe de ser egocentrista. Afinal, para nos sentirmos realizados basta olhar à nossa volta, na nossa cidade, na nossa rua, no nosso trabalho e “dar” a quem precise. Afinal não sabemos o que essas pessoas nos podem aportar.

 

Alguma mensagem para os leitores do LusoJornal?

Desejo que todos estejam bem de saúde e que tenham paciência. Se conhecerem alguém que neste momento precise de alimentos, por favor, enviem-me mensagem privada pelo Facebook, farei os possíveis para que uma cesta solidária chegue a casa dessas pessoas.

 

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