LusoJornal / Mário Cantarinha

Desfolhada em Clamart organizada pela Associação Amicale Franco-Portugaise

A Amicale Franco-Portugaise de Clamart (92) organizou, no fim de semana passado, mais uma Desfolhada, na Sala de Festas Municipal, na place Jules Hunebelle. No sábado à noite a associação organizou um baile com Carlos Pires e Orquestra, e no domingo à tarde teve lugar a Desfolhada propriamente dita, com a atuação de quatro grupos de folclore provenientes de Portugal, do Luxemburgo e da Região parisiense.

“Estou muito emocionada com tanto carinho e tanta amizade que foi projetada quanto me cantaram os parabéns” explicou Maria Marques, a fundadora da associação, que festejou recentemente o seu aniversário e que estava com uma certa emoção na sala.

A associação criada a 12 de julho de 2000 organiza sempre uma desfolhada por ano onde estiveram presentes quatro grupos de folclore: Amizade e Sorrisos de Clamart, Casa dos Arcos de Paris, Grupo Etnográfico do Alto Minho vindo do Luxemburgo, e Grupo Etnográfico de Penamacor vindo de Portugal.

A Presidente da Associação explicou a escolha destes quatro grupos: “Em maio estivemos no Luxemburgo por exemplo, e também estivemos em Penamacor há algum tempo atrás, por isso é que tanto nós, tanto eles, estão presentes nestas festas que nós organizamos. Quanto à Casa dos Arcos de Paris, foi a primeira vez que os tivemos aqui. Foi uma tarde bonita e variada porque cada grupo tem a sua característica”, realçou Maria Marques cuja associação foi buscar o milho há 15 dias e cuja Malhada vai ser organizada a 14 de dezembro pelo segundo ano consecutivo.

Nuno Silva, responsável do grupo de folclore proveniente do Luxemburgo deu-nos a conhecer o seu grupo que já tem por hábito de andar pelas estradas: “Viemos com 38 elementos para Clamart, mas habitualmente o nosso grupo é constituído por 45-50 elementos. Temos sempre algumas saídas internacionais por ano, duas ou três, pela França, Alemanha, Bélgica ou ainda por Portugal, mas também já tivemos convites da Finlândia, Polónia e da Bulgária. No Luxemburgo é como em França, é a troca entre grupos folclóricos em que eles vêm ao nosso Festival e nós vamos aos deles”, adiantou o responsável do grupo que representa o Alto Minho, nomeadamente Viana do Castelo, Areosa e Meadela, e que foi fundado por 19 elementos a 18 de abril de 2000.

Ilídia Cruchinho, fundadora do Grupo Etnográfico de Penamacor proveniente de Portugal, explicou-nos a ligação que existe entre Clamart e Penamacor, que justificou a presença do rancho folclórico português. “É a segunda vez que viemos cá, a anterior foi há 13 anos, precisamente quando houve a geminação entre Clamart e Penamacor. Há cerca de 40 elementos no grupo, mas em Clamart estivemos apenas 35. O nosso folclore é um pouco diferente porque tenho visto muitos folclores do Minho, e acho interessante haver grupos de outras regiões do país. A nossa missão é de preservar a nossa cultura tradicional da nossa região através da música, das danças, dos costumes, e da etnografia local. Por todo o lado onde passamos, deixamos a nossa marca. O nosso folclore é rico, apesar de não ser talvez tão vivo como o das outras regiões” disse ao LusoJornal. “O Conselho de Penamacor e o Conselho de Idanha foram considerados por vários etnólogos e etnógrafos como sendo os concelhos mais ricos em folclore do país”, sublinhou a fundadora do rancho da região da Beira Baixa, distrito de Castelo Branco, que já tem 38 anos de existência.

No sábado à noite, depois do Bacalhau e das Fêveras com arroz e feijão, coube a Carlos Pires e Orquestra a animação da noite, onde o público esteve em massa e a Presidente Maria Marques até teve de recuar pessoas. “Recusei pessoas porque temos de recebe-las corretamente. Preferimos ter um pouco menos na carteira do que trabalhar mal. É a nossa característica”, afirmou numa noite em que o Maire de Clamart, Jean-Didier Berger, esteve presente, bem como outros autarcas.

Após estes dois eventos é tempo de descansar porque o fim do ano anuncia-se movimentado. “Foi um longo fim de semana que começou na sexta-feira, mas isto tudo foi possível graças à incrível equipa que tenho. Eles fazem viver a nossa cultura. Agora temos a Malhada a 14 de dezembro, depois a S. Silvestre e a Galette des Rois, antes do regresso do folclore. É assim a vida das nossas associações”, concluiu.

 

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