Ensino do português em França: Três perguntas a Pedro Saldanha da Embaixada do Brasil

O Ministro Conselheiro Pedro Saldanha, da Embaixada do Brasil na França, participou na reunião organizada pelo Embaixador de Portugal em Paris, Jorge Torres Pereira, sobre o ensino da língua portuguesa e sobre a reforma do BAC.

Foi uma ocasião para responder às perguntas do LusoJornal:

 

O Brasil tem estado ausente das ações de promoção da língua portuguesa, porquê?

Permita-me de discordar. O Brasil não está ausente em relação à promoção da língua portuguesa. Sempre foi algo extremamente importante para o Brasil, especialmente para a Embaixada do Brasil em Paris. Há vários anos que nós organizamos o Encontro de professores de português na França, nas instalações da Embaixada. Criamos agora, no dia da Língua portuguesa, uma cartografia do ensino do português na França, que está disponível no site eletrónico da Embaixada, enfim, há uma série de ações. Talvez tenhamos de comunicar mais.

 

Mas tem havido uma descoordenação nessa promoção, confirma?

Este ano, no Encontro de professores de português, foi a primeira vez que tivemos todos os Embaixadores dos países de língua portuguesa juntos, e agora fizemos essa ação conjunta com relação ao Governo francês com uma carta assinada por todos os Embaixadores. Sim tem havido um esforço maior de coordenação com o objetivo de explorar estas sinergias para a promoção de um bem comum que é a língua portuguesa, são 300 milhões de pessoas que falam português no mundo, o país com o qual a França tem a maior fronteira terrestre é um país lusófono, que é o Brasil, são mais de 700 km de fronteira entre a Guiana francesa e o Brasil, então há uma série de motivos que fazem com que a França deva compreender a importância da língua portuguesa. É nisto que nós estamos a trabalhar, agora de uma forma mais concertada, juntando esforços para produzir resultados concretos.

 

Um exemplo dessa descoordenação foi a abertura de uma Secção internacional brasileira, quando até aqui Portugal já abriu mais de uma dezena de Secções internacionais em França. Não seria melhor trabalharem juntos?

Apesar de compartilharmos uma língua, o Brasil tem especificidades, Portugal tem especificidades, acho que é interessante mostrar a riqueza das nossas culturas, por meio dessas Secções internacionais específicas, que ressaltem os pontos das diferentes culturas do mundo lusófono. Não acho que seja um ponto que enfraqueça a nossa ação, pelo contrário, mostra que a lusofonia é muito mais do que Portugal e do que o Brasil.

 

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