Lusa | José Coelho

Fábrica da Renault em Portugal necessita de “flexibilidade” para responder a mercados “voláteis”

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O Diretor do Grupo Renault Portugal e Espanha, José Vicente de Los Mozos, defendeu esta semana que a fábrica de Cacia precisa de “flexibilidade” dos trabalhadores para dar resposta à procura e responder a “mercados muito voláteis”.

“É muito importante a flexibilidade como fator de competitividade, porque esta crise vai continuar em 2022 e os mercados são muito voláteis”, afirmou José Vicente de Los Mozos.

Em conversa com os jornalistas, à margem da visita do Presidente da República a propósito do 40º aniversário da fábrica de Cacia, o Diretor do Grupo Renault na Península Ibérica afirmou que a “falta de flexibilidade é um problema” da empresa instalada no distrito de Aveiro. “Estamos a falar com os sindicatos, porque temos de melhorar a flexibilidade. Cada dia que paramos, custa-nos muito dinheiro e não estão previstas mais ajudas do Governo até ao fim deste ano”, observou o responsável.

Esperando ver na fábrica de Cacia implementado um regime de “flexibilidade” dos trabalhadores “nos próximos meses”, por forma a responder à procura e proteger o emprego, o Diretor do grupo adiantou estar já em conversações com os sindicatos. “Se queremos ser competitivos temos de ser flexíveis. Espero nos próximos meses um acordo nesse sentido. O futuro depende das pessoas de Cacia”, referiu, acrescentando que a fábrica em Portugal, a segunda maior da indústria automóvel no país, é “muito importante” para o Grupo Renault.

José Vicente de Los Mozos disse ainda ser fundamental a adaptação à procura e aos mercados, os quais considerou serem cada vez mais “voláteis”.

“Se não tenho flexibilidade, as mudanças bruscas de atividades obrigam a que tenha de despedir trabalhadores. Se tiverem um horário flexível, podemos evitar o despedimento, porque a flexibilidade faz com que se adaptem”, disse, salientando que, da sua experiência, a flexibilidade de uma empresa permite “gerar motivação nos trabalhadores”.

“Quando um trabalhador vê que a sua própria empresa é estável, tem mais confiança na sua empresa e trabalha melhor, por isso precisamos de flexibilidade”, salientou.

Segundo José Vicente de Los Mozos, neste momento, a fábrica de Cacia já está a produzir alguns componentes para automóveis híbridos (E-TECH) e a flexibilidade dos trabalhadores, bem como a sua adaptação, permitirá receber novos projetos relacionados com os automóveis elétricos.

Questionado sobre a eventual intenção de implementar uma unidade de produção de semicondutores em Cacia, o responsável afirmou que uma “linha de semicondutores custa três mil milhões de euros” e que uma unidade de produção ronda os “10 a 15 mil milhões de euros”.

“É importante que Portugal ajude mais o setor automóvel, porque 15% das taxas vem dos automóveis e quando vemos as ajudas que temos, em Portugal são menores do que em países como a França e Alemanha. Se queremos que as empresas invistam no setor automóvel, Portugal tem de se apoiar”, salientou.

A Renault Cacia, inaugurada em 1981 na área industrial de Aveiro, produz, atualmente, caixas de velocidades e componentes para motores, como bombas de óleo, árvores de equilibragem e outros componentes em ferro fundido e alumínio.

 

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