Há 212 anos: Batalha do Vimeiro travou a invasão francesa em Portugal

Há 212 anos, na aldeia do Vimeiro, na Lourinhã, travou-se o confronto contra os invasores franceses. A batalha de 21 de agosto de 1808 foi travada durante a Guerra Peninsular entre as tropas de Junot (13 mil homens) e as luso-britânicas de Arthur Wellesley, futuro duque de Wellington (18 mil homens), na sequência da primeira invasão francesa. Na altura, o General Junot tinha ocupado Lisboa e assumido a Presidência do Conselho de Governo.

A batalha do Vimeiro, que surpreendeu os Franceses pela estratégia utilizada e onde os Ingleses testaram um novo tipo de bala explosiva, feita na Escócia, aconteceu quatro dias após a Batalha da Roliça (Bombarral) onde os Franceses sofreram a primeira derrota face ao exército luso-britânico, explicou à Lusa o historiador Rui Filipe.

Após a Batalha da Roliça, o General Wellesley tem a informação que vai receber reforços que vão desembarcar em Paimogo e Porto Novo, junto à Lourinhã e ao Vimeiro. “A ideia era chegar a Lisboa e dominar a capital e os Ingleses optam por colocar tropas no Vimeiro para dar proteção ao desembarque que ia ocorrer ali perto”, explicou Rui Filipe que há vários anos investiga a Batalha do Vimeiro.

O desembarque acabou por não ser rápido devido à forte ondulação registada naqueles dias e entre 19 e 21 de agosto os Franceses (que estavam em Torres Vedras) decidem ir combater para o Vimeiro. Os Franceses chegam às proximidades do Vimeiro na noite de 20 para 21 de agosto.

No cimo da colina do Vimeiro, Weslley colocou Ingleses e Portugueses em posições defensivas com peças de artilharia e sentinelas espalhadas pelos campos, dando a ideia de que seriam poucos os homens disponíveis para o combate. Quando os Franceses se aproximaram do local, decidem fazer um ataque frontal à colina porque avistam apenas um reduzido número de tropas. “Os Franceses vão ser surpreendidos pela tática de simulação que Wellington vai usar até à batalha final em Waterloo”, relatou Rui Filipe. “Pelo que é dado a observar não será difícil o combate, mas na realidade não sabem o que está por detrás da colina onde se esconde um elevado número de tropas”, acrescentou.

O exército luso-britânico avança rapidamente e dispara sobre os Franceses provocando a sua retirada.

No dia 22 de agosto, os Generais Wellesley e Kellermann assinaram, na Maceira (junto a Porto Novo), o acordo de cessar-fogo, depois ratificado sob a designação de Convenção de Sintra, que permitiu às tropas francesas saírem do país e levarem consigo os saques feitos durante a ocupação.

As memórias da sangrenta batalha fazem ainda hoje parte da povoação do Vimeiro e são visíveis na toponímia da localidade com nomes como “Lagoa de sangue” ou “Pinhal de Trombeta”. Mais de duzentos e dez anos depois do confronto, dezenas de balas e outros vestígios ainda aparecem nos terrenos do campo da batalha.

 

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LusoJornal