Lusa | Manuel de Almeida

Legislativas’25: Emigrantes deram a André Ventura a liderança da Oposição


O líder do Chega assumiu-se ontem à noite como líder da oposição ao “bloco central de interesses”, e considerou que o resultado das eleições legislativas de 18 de maio representou uma “mudança profunda no sistema político português”.

“É uma grande vitória, é uma vitória que vemos com responsabilidade, mas que sobretudo hoje parece, segundo todos os dados indicam, marcar uma mudança profunda no sistema político português, que é o facto de o Chega se tornar hoje líder da oposição, precisamente com os votos daqueles que tiveram que partir por causa de PS e PSD”, afirmou André Ventura.

O líder do Chega falava aos jornalistas pelas 21h30 de Lisboa, à chegada ao hotel em Lisboa onde o partido reuniu para acompanhar a contagem dos votos dos emigrantes, iniciativa que encarou como uma segunda noite eleitoral. “O Chega será o líder da oposição ao bloco central de interesses”, disse, considerando que “o sistema político hoje muda para sempre, nada será como dantes”.

André Ventura disse também que saberá “interpretar e liderar a oposição com responsabilidade”, mas deixou um alerta: “Não esperem do Chega o que o PS e o PSD fizeram durante 50 anos. Foi por isso que as pessoas quiseram agora um partido diferente”.

Numa altura em que o escrutínio ainda não estava terminado, o líder do Chega indicou também que o partido foi o mais votado nos círculos da Europa e Fora da Europa. “O Chega venceu o círculo da Europa e o círculo Fora da Europa, o Chega venceu a emigração por uma razão, os emigrantes sabem o que é socialismo, os emigrantes sabem o que é social-democracia, os emigrantes sabem o que é corrupção, os emigrantes sabem o que é subsidiodependência e sabem o que é ter que lutar contra tudo isso”, sustentou, afirmando que “eles vivem em países que enfrentam os desafios que agora Portugal está a enfrentar”.

André Ventura agradeceu aos eleitores que votaram no Chega e afirmou que o seu partido teve uma “vitória estrondosa, histórica”, e “dobrou os resultados do PS e do PSD” no círculo da Europa.

“Eu acho que isto é o sinal de um país que está a mudar e que nós todos, todos os poderes, partidos, imprensa, sociedade civil, têm que perceber que o país está a mudar e que o país de hoje não será o mesmo que o país de ontem e que agora teremos um país diferente”, considerou.

O líder do Chega defendeu também que, perante os resultados das legislativas antecipadas, o “Primeiro-ministro tem que tirar daqui, obviamente, as suas consequências”.

Questionado sobre a governabilidade, o Presidente do Chega afirmou: “Mais do que estabilidade, que é importante, é preciso trabalho, trabalho e trabalho”.

Ventura sustentou que o líder da oposição “tem o dever de ser a alternativa”.

“Eu não quero dizer aos portugueses que temos que ter pressa. Os portugueses precisam de estabilidade, o país precisa de estabilidade para podermos crescer, o país precisa de ordem. O que eu espero não é ser o candidato da confusão ou ser o líder da confusão ou da destruição. Ser líder da oposição em Portugal pode ser simultaneamente de fiscalização, de escrutínio, de confronto, de luta contra a corrupção, mas ao mesmo tempo saber dizer isto: Respeitamos o tempo dos portugueses, respeitamos o tempo da estabilidade, seremos o farol de estabilidade, de autoridade e de ordem”, acrescentou.