O Primeiro-Ministro português participou ontem à tarde, à distância, na segunda reunião de emergência convocada pelo Presidente francês Emmanuel Macron. Luís Montenegro está no Brasil desde terça-feira e ontem estava em Brasília.
Alguns dos principais líderes europeus participam na segunda reunião de emergência convocada esta semana pelo Presidente francês Emmanuel Macron, depois de os Estados Unidos e a Rússia terem mantido na terça-feira as primeiras conversações diretas desde a invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, e terem acordado tomar medidas para começar a normalizar as suas relações.
Luís Montenegro foi instado pelos jornalistas a esclarecer a posição de Portugal quanto ao envio de tropas para a Ucrânia, considerando que essa questão era extemporânea. “Relativamente ao envio de tropas, nós nunca defendemos a intervenção militar da Europa com tropas no terreno. Nesta ocasião, em que aquilo que temos diante de nós é um processo de paz, ou a possibilidade de termos um processo de paz, não devemos começar pelo fim, não devemos começar pela forma como ele depois se pode operacionalizar, mesmo que isso implique qualquer movimentação de Forças Armadas”, disse.
“E, portanto, a minha posição é que é extemporânea, sinceramente extemporânea, essa questão”, afirmou.
O Primeiro-Ministro português defendeu ainda que esse processo de paz “deve envolver naturalmente e obrigatoriamente a Ucrânia e a Europa. A Europa é indiscutivelmente um parceiro que moderará essa aproximação”, afirmou.
Quanto à participação da Ucrânia, considerou igualmente que “um processo de paz deve ter as duas partes envolvidas no conflito”, dizendo não lhe parecer viável “uma paz à força”.
Na segunda-feira, Emmanuel Macron já se tinha reunido em Paris com os principais líderes da União Europeia (UE), da NATO e do Reino Unido, para elaborar uma estratégia europeia face às conversações promovidas pelos Estados Unidos para acabar com a guerra na Ucrânia, iniciada há quase três anos com a invasão russa do país vizinho.