LusoJornal | Mário Cantarinha

Milhares fintaram a chuva e encheram a Festa Franco-Portuguesa de Pontault-Combault

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A 46ª edição da Festa franco-portuguesa de Pontault-Combault (77) voltou a ter um mar de gente no parque da Mairie daquela cidade. A chuva tentou por duas vezes estragar completamente o evento, mas acabou por deixar cerca de 30.000 forasteiros assistirem ao espetáculo proposto este fim de semana de 4 e 5 de junho, pela Associação Portuguesa Cultural e Social (APCS) e pela Mairie de Pontault-Combault.

O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas foi o convidado de honra do certame. “Vim aqui para cumprir uma promessa” disse Paulo Cafôfo ao LusoJornal. “Estou no Governo há dois meses e esta é a segunda vez que venho a Pontault-Combault. Na primeira vez prometi que vinha cá à festa e, para que não digam que os políticos nunca cumprem as promessas, eu venho cá para cumprir precisamente o que prometi”.

A festa devia ter começado no sábado, às 18h00. Só que a essa hora caiu literalmente uma tromba de água no parque do Hôtel de Ville de Pontault-Combault. Os técnicos não tinham mãos a medir para proteger o material, em cima de um palco gigante.

Mas quando a fúria dos deuses da chuva terminou, chegaram também aos milhares, aqueles que não queriam perder, por nada, a atuação do duo Calema – composto pelos irmãos António e Fradique Mendes Ferreira – cabeça de cartaz desta que é considerada a maior festa portuguesa em França.

Cerca de 15.000 pessoas apinharam-se no enorme parque, tal como acontecia antes da pandemia que fez com que a festa parasse durante dois anos. Os organizadores respiraram de alívio e as dezenas de voluntários retomaram o sorriso. “O evento correu sem qualquer incidente” disse ao LusoJornal um agente das forças de segurança presentes no recinto. Polícia, agentes de segurança, bombeiros, Cruz Vermelha,… estavam todos a postos para ocorrer em caso de necessidade. “Para nós, a segurança de quem vem aqui para se divertir, é importante”. No fim da festa ainda foi necessário fazer uma intervenção, mas nada que tivesse posto em causa a reputação do evento.

O espetáculo voltou a ser apresentado por João Carlos Costa e, para além dos Calema, passaram ainda pelo palco, durante os dois dias, um grande leque de outros artistas, entre os quais Ruben Aguiar, Gypsies, Johnny Abreu, La Jarry, 100 Limit, Soul Power, Carlos Pires, Céline e Jota Efe.

Quando o Secretário de Estado Paulo Cafôfo chegou à festa, no domingo de manhã, tinha à sua espera o Maire Gilles Bord e o Presidente da APCS Cipriano Rodrigues.

O Governante estava acompanhado pela Chefe de Gabinete Cristina Matos, pelo Diretor Geral dos Serviços Consulares e Comunidades Portuguesas Luís Ferraz, pelo Cônsul-Geral de Portugal em Paris Carlos Oliveira, pelo Cônsul Geral Adjunto Filipe Ramalho Ortigão e pelo Adido Social Miguel Costa. Estavam ainda presentes os dois Deputados socialistas no Parlamento português, eleitos pelo círculo eleitoral da Europa, Paulo Pisco e Nathalie de Oliveira, assim como a Vereadora da Câmara Municipal de Caminha Liliana Ribeiro e a Coordenadora do ensino português em França, Adelaide Cristóvão.

A primeira “missão” da comitiva oficial era a de visitar os muitos stands que estavam na festa. Só que a chuva decidiu pregar uma partida aos “oficiais”. Por intermitência, chovia intensamente, mas entre dois aguaceiros, Paulo Cafôfo fez questão de cumprimentar todos os stands, sempre acompanhado pelo Presidente da associação Cipriano Rodrigues.

Alguns assavam frangos e sardinhas, mais além vendiam-se bifanas ou Pasteis de Nata, numas barracas vendia-se cerveja portuguesa, noutras Licor Beirão, havia também as barracas com brindes com as cores de Portugal, outras com stands de automóveis, a Rádio Alfa, a associação Cap Magellan, a Santa Casa da Misericórdia de Paris,… Logo na entrada do recinto estavam dois stands enormes com a Caixa Geral de Depósitos e a Fidelidade. “São os dois principais patrocinadores desta festa” ia explicando Cipriano Rodrigues. “Sem os nossos patrocinadores, estes dois mais importantes e os outros, a festa não podia ter lugar” explicou depois numa entrevista ao LusoJornal.

Para agradecer a todos os patrocinadores, os organizadores oferecem um almoço, tradicionalmente servido pela casa Canelas. Foi uma oportunidade para que Cristiano Rodrigues tivesse explicado as ausências do Embaixador de Portugal em França, Jorge Torres Pereira – presente no Festival de História de Fontainebleau -, do Préfêt – por estarmos em período pré-eleitoral e ele ter “direito de reserva” -, do Presidente da Câmara Municipal de Caminha – por ter sido submetido a uma ligeira cirurgia -, e do Presidente da Câmara de comércio e indústria franco-portuguesa (CCIFP), Carlos Vinhas Pereira – ausente em Portugal. O Maire Gilles Bord também evocou Mário Castilho, o antigo Presidente e fundador da APCS, que entretanto se mudou para o sul da França.

A meio da tarde, como habitualmente, interrompe-se o espetáculo e as personalidades sobem ao palco. Cipriano Rodrigues foi o primeiro a falar, começando por agradecer às dezenas de voluntários e aos funcionários da Mairie de Pontault-Combault. “Sem eles não havia festa” afirmou.

“Boa tarde a todos”. Foi em português que o Maire Gilles Bord iniciou o seu discurso. “Tenho muito orgulho de ver a Festa franco-portuguesa voltar a realizar-se aqui em Pontault-Combault, porque esta festa é uma marca essencial da vida de Pontault-Combault, da amizade e da fraternidade entre os povos”.

Gilles Bord lembrou também os 44 de geminação com a cidade de Caminha. Precisamente, Liliane Ribeiro, Vereadora da Câmara Municipal de Caminha, também discursou para trazer “um grande abraço” de Caminha e do Presidente Miguel Alves.

“Daqui de cima vê-se tanta gente. E não há gente como a gente” disse Paulo Cafôfo no palco. “Esta festa não é uma referência em Pontault-Combault, não é uma referência em Portugal, não é uma referência em França, é uma referência no mundo. E eu como Secretário de Estado das Comunidades posso comprovar que esta festa é única, porque não há uma festa que junte tanta gente, portugueses e franceses, como esta”.

“Vamos falar de matemática. Aqui não se divide. Aqui soma-se. Soma-se amizade, soma-se cultura, soma-se trabalho, soma-se solidariedade” disse o Secretário de Estado.

Logo na primeira linha, à frente do palco, estavam duas bandeiras madeirenses. “Acabei por ter aqui uma claque” confessou Paulo Cafôfo ao LusoJornal. “É arrepiante quando vemos a bandeira da região autónoma da Madeira, a bandeira da minha região, ao lado da bandeira portuguesa e quando cantamos o hino francês e o hino francês. Arrepia-nos. Portugal é um grande país em qualquer parte do mundo, mas é um grande país ainda mais aqui em França”.

Cipriano Rodrigues agradeceu os 31.000 euros de ajuda do Governo português para a realização desta festa e já marcou encontro para a 47ª Festa franco-portuguesa de Pontault-Combault, em maio de 2023!

 

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