LusoJornal | Mário CantarinhaMisericórdia de Paris procura novo espaço na períferia da capital_LusoJornal·Associações·7 Março, 2025 A Santa Casa da Misericórdia de Paris (SCMP) procura um novo espaço nas cidades satélites da capital francesa para “garantir continuidade da sua missão”, apelando à participação no “Clube 25 Empresas pela Solidariedade”, anunciou ontem a provedora Ilda Nunes, em comunicado. “A Santa Casa da Misericórdia de Paris continua unida e determinada em garantir a continuidade da sua missão. Estamos ativamente à procura de um novo espaço, digno da história e da ação da SCMP, mas que também seja compatível com o nosso orçamento”, afirmou Ilda Nunes, referindo que a instituição procura um espaço com pelo menos 45 metros quadrados por “uma renda máxima de 1.500 euros mensais”. O objetivo é ter também uma área para armazenamento de produtos e a possibilidade de poder “receber condignamente as pessoas” que procuram a organização, bem como ter boas acessibilidades, com “uma estação de metro nas proximidades”. Devido aos valores elevados no centro de Paris, e tendo em conta que, para ficar no espaço ocupado até agora, teria de pagar 3.500 euros mensais de renda à Régie Immobilière de la Ville de Paris (RIVP, agência de habitação pública), com a qual a Câmara do comércio e indústria franco-portuguesa (CCIFP) fez o contrato inicial de arrendamento de dois andares, a SCMP está disponível “para procurar em zonas periféricas”. A SCMP, que dividia o segundo andar da Porte de Vanves com mais três organizações, “a partir de dia 31 de março não terá nada a ver com a Câmara de Comércio”, disse à Lusa a Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Paris, Ilda Nunes, referindo que nunca houve problemas no pagamento da renda, mas a instituição “não tem verbas para pagar 3.500 euros mensais”. “A Misericórdia de Paris não pode fechar portas. Merece, acima de tudo, condições dignas para que os voluntários possam exercer o seu trabalho e para que quem mais precisa seja recebido com a dignidade e o respeito que merece”, apelou Ilda Nunes no comunicado. Além disso, a Provedora salientou o convite aos empresários para a participação no “Clube 25 Empresas pela Solidariedade”, com uma contribuição mínima anual de mil euros, dedutível fiscalmente, para assim garantir “a continuidade do apoio essencial” aos mais necessitados. “Sabemos que o desafio é grande, mas acreditamos que, com a solidariedade e o apoio da comunidade empresarial, conseguiremos garantir este futuro”, referiu. Em 26 de fevereiro, o Deputado socialista eleito pelo círculo eleitoral da Europa, Paulo Pisco, questionou o Governo, nomeadamente o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, sobre o que vai fazer para evitar a saída da SCMP dos atuais locais e a eventual suspensão do apoio que esta presta à Comunidade portuguesa na região da capital francesa.