“Ninguém nos ajuda”, diz o Presidente da Associação Desportiva Portuguesa de Annecy

Como acontece com a quase generalidade das associações portuguesa de França, também a Association Sportive Portugaise (ASP) de Annecy (74), está fechada. E a Direção espera que os sócios se mobilizem para salvar o clube.

Fundada em 1971, a associação tem 2 equipas de futebol. Pelo passado já teve um grupo folclórico, mas entretanto esta atividade já não está ativa. No entanto também organiza atividades recreativas e culturais – Sueca, petanca, jantares, eventos musicais e festas – para se autofinanciar. Sem eventos e com a sede encerrada, não há autofinanciamento e a coletividade não tem outro tipo de receitas para pagamento, pelo menos, das despesas fixas.

O Presidente Victor Dias e o Secretário Abel Alves, explicaram ao LusoJornal a situação delicada em que se encontra a associação.

 

Qual o impacto do confinamento para a vossa associação?

Todos os nossos eventos foram cancelados devido ao Covid-19: a nossa grande festa prevista para o dia 25 de abril, com o cantor Augusto Canário e o Grupo Anjos da Noite, de Genebra, prevista para uma sala de 600 pessoas e o nosso 49° Torneio de futebol, previsto para o dia 31 de maio, com 8 equipas – 3 da Suíça e 5 da região Rhône-Alpes – e com a participação de 3 ranchos folclóricos.

 

Este confinamento trouxe problemas financeiros para a associação?

Sim, temos problemas financeiros porque temos uma associação com 370 sócios e como não podemos organizar os nossos eventos, nem podemos abrir a sede, há muitas perdas. Mas não se pode avaliar a perda. Os custos fixos (renda da sede, eletricidade, gás, impostos, telefone, seguros…) estão sempre presentes e devem ser pagos. E como o fluxo de caixa é baixo, é um problema muito difícil de gerir. Se continuar este problema, vamos ter de encontrar soluções.

 

Solicitaram algum apoio?

Nestes momentos, os apoios são poucos ou nenhuns. Tivemos só um telefonema do Consulado de Portugal em Lyon para ter notícias nossas. Também pedimos ao proprietário da nossa sede para adiar a renda.

 

Quando esperam voltar às atividades?

Como todos, esperemos que seja o mais breve possível. Vamos começar com o futebol logo que a Federação autorizar os treinos e o Campeonato. Logo que se possa, queremos fazer uma Assembleia com os sócios, para saber se tudo está bem e dar o máximo de informações sobre a nossa associação, assim como saber como se pode organizar a abertura da sede, e as medidas sanitárias a tomar.

 

Acham que o público vai continuar a frequentar as associações?

Penso que os sócios estão à espera que a associação abra de novo. Muita gente sente falta de se reencontrar com as outras pessoas e poder desabafar de esta pandemia e outros casos. Mas também há medo da parte de muita gente e isso é normal. Ao princípio, o comportamento das pessoas vai ser diferente e a maneira de estar vai mudar. Nunca mais se vai poder fazer como antes. É difícil dançar ou comer com uma máscara.

 

A vossa associação serve refeições, vão poder continuar a fazê-lo?

Sim, servimos refeições todos os sábados à noite, às vezes em jantares com a presença de um cantor ou de um grupo musical. Vamos continuar, mas só com a venda de comer para fora, enquanto não tivermos a certeza que se pode viver novamente sem riscos.

 

Depois da pandemia, o que pode mudar no movimento associativo português?

As associações que tinham problemas financeiros e de pessoal antes da pandemia, se não houver apoio dos sócios – porque são eles que fazem viver as associações – muitas fecharão. Isso afeta-nos muito porque ninguém nos ajuda. A nossa associação precisa da vinda dos sócios e dos patrocinadores para não ir a baixo. A esperança e a fé de todos é forte.

 

A.S. Portugais d’Annecy

2 chemin des Entreprises

74960 Cran Gevrier

 

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