O soldado português desconhecido de Stargard na Polónia

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Há um soldado português da I Guerra Mundial numa sepultura conhecida na Polónia, mas o soldado é… desconhecido.

Já desvendámos, escrevemos no LusoJornal nomes de soldados portugueses que participaram na I Guerra Mundial e que não estão sepultados em Richebourg, mas por esta Europa fora, esquecidos, não homenageados e considerados desaparecidos pela maioria dos seus familiares.

Na Polónia estão sepultados pelo menos 4 desses soldados: os 3 Antónios em Czersk (ler AQUI) e um soldado desconhecido em Stargard, na Pomerânia.

Um dos campos de prisioneiros na Alemanha durante a Grande Guerra encontrava-se em Stargard. Esta cidade faz parte atualmente da Polónia. Vários portugueses foram internados como prisioneiros nesta localidade. Alguns faleceram lá. Podemos confirmar pelas fichas de prisioneiros do CICR, pelos boletins individuais do CEP e pelas listas dos mortos nas “Totenlisten” alemãs.

Do campo de prisioneiros de Stargard, os falecidos Joaquim Gonçalves Pina, António Miguel e José Faria foram trasladados para o Cemitério militar português de Richebourg.

No Cemitério militar de Stargard ficou lá sepultado um português. Na lápide lê-se que a identidade é desconhecida: “Portugalczyk nieznany”.

Desconhecida a identidade? Sim, mesmo se… parcialmente.

Está sepultado fora de Portugal, mas sabe-se que é português, razão pela qual escrevemos o presente artigo. Não será razão suficiente para não ser esquecido? Não será razão suficiente para quem deve ocupar-se destas sepulturas o faça? Não será razão suficiente para que na Polónia a nossa diplomacia marque a sua presença para homenagear este soldado português ali sepultado? Homenagem que através dele se estenderá a todos quantos participaram nos campos da batalha, mas também nos campos de prisioneiros naquela que ficou conhecida como sendo a Grande Guerra?

De realçar a existência na Polónia de uma placa onde estão inscritos os nomes de António Miguel e José Faria, embora estes tenham sido trasladados para Richebourg. Jolanta Aniszewska, que trabalha no Museu arqueológico e de história na Polónia, muito tem feito a nível de investigações e continua a pôr em evidência casos como aqueles que aqui descrevemos. Numa das suas publicações (ler AQUI) na página 23, lê-se que António Miguel e José Faria faleceram na zona do hospital: o primeiro de cansaço absoluto e o segundo de tuberculose na véspera do Armistício.

Devemos agradecer aos Polacos que continuam a homenagear as vítimas da Guerra, cuidando ao mesmo tempo das suas sepulturas. Assim como à Paróquia de św Józefa que fez as fotografias e Krzysztof Menel que muito ajudou nas pesquisas sobre os soldados portugueses sepultados na Polónia.

 

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