Paulo Cafôfo vai candidatar-se à liderança do PS/Madeira mas quer continuar no Governo

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O Secretário de Estado das Comunidades e ex-Presidente do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, vai voltar a candidatar-se à liderança da estrutura regional do Partido, disse ontem à Lusa o próprio, após o atual líder ter anunciado que não se vai recandidatar.

“Face a essa indisponibilidade, eu achei que este é o momento certo, o momento ideal para poder reafirmar o compromisso do Partido Socialista com a mudança da Madeira. E, por isso, eu vou candidatar-me, tenho uma motivação, um empenho e uma determinação muito grandes”, afirmou.

A notícia foi avançada pelo Diário de Notícias da Madeira na edição impressa de ontem e, entretanto, confirmada por Paulo Cafôfo em declarações à Lusa.

O Presidente do PS/Madeira, Sérgio Gonçalves, anunciou na segunda-feira que não se vai recandidatar à liderança nas próximas eleições internas, reconhecendo que o partido não cumpriu os objetivos definidos para as eleições regionais que decorreram em 24 de setembro.

A coligação PSD/CDS-PP venceu as legislativas da Madeira, mas ficou a um Deputado da maioria absoluta, tendo sido anunciado, dois dias depois, um acordo de incidência parlamentar com o PAN, que conseguiu um mandato.

O PS elegeu onze Deputados regionais – menos oito em relação às regionais de 2019 -, o JPP cinco e o Chega quatro, enquanto a CDU (PCP/PEV), o BE, o PAN e a IL elegeram um Deputado cada.

Paulo Cafôfo considerou que o acordo firmado entre a coligação PSD/CDS-PP e o PAN “é muito precário, muito frágil, muito instável, feito de improviso, sobre o joelho, e que tem tudo para dar errado”.

“Estou mesmo entusiasmado com esta perspetiva de encabeçar uma candidatura que possa, daqui a quatro anos, ou antes disso se as eleições decorrerem numa data anterior, candidatar-me à presidência do Governo Regional”, realçou, assegurando que o Partido está preparado em caso de haver eleições antecipadas. “Esta é mesmo a causa da minha vida, porque eu não desisto da Madeira, nem dos madeirenses e porto-santenses”, sublinhou o antigo líder do PS regional.

Questionado sobre se vai abandonar o cargo de Secretário de Estado das Comunidades caso seja eleito líder do PS/Madeira, Paulo Cafofo respondeu: “Não há qualquer incompatibilidade entre uma coisa e outra”.

Paulo Cafôfo frisou também que pretende que o Partido Socialista “seja agregador dos partidos que, estando na oposição, querem e desejam uma mudança política de um regime que já está quase há 50 anos e que não serve de maneira nenhuma os interesses da região, tendo em conta até os diversos indicadores em que a Madeira está na cauda, seja na questão do risco de pobreza, seja do poder de compra”.

“E, portanto, nós seremos o partido agregador daqueles que desejam uma mudança e não traem os seus princípios”, acrescentou, numa crítica ao PAN, que acusou de vender as suas causas “com a agravante de manterem um regime que sempre criticaram”.

Paulo Cafôfo, de 52 anos, foi eleito Presidente da Câmara do Funchal em 2013 e 2017, em coligações lideradas pelo PS, mas renunciou ao cargo em 2019 para disputar as eleições legislativas regionais em 2019, encabeçando a lista dos socialistas.

Nesse ato eleitoral, o PSD perdeu a maioria absoluta que detinha desde 1976 e o PS obteve o melhor resultado de sempre ao eleger 19 Deputados dos 47 eleitos à Assembleia Legislativa da Madeira.

Nesse ano, Paulo Cafôfo, que tinha concorrido a eleições sempre como independente, decidiu tornar-se militante do PS e anunciou que se iria candidatar à liderança da estrutura regional do partido, tendo sido eleito em 25 de julho de 2020.

Após as eleições autárquicas de 26 de setembro de 2021 renunciou aos cargos de Presidente do partido e de Deputado na Assembleia Legislativa na Madeira, devido aos maus resultados obtidos.

A Câmara do Funchal, a principal da região, que foi governada durante oito anos por coligações lideradas pelo PS, passou a ser chefiada pelo social-democrata Pedro Calado, que encabeçou a coligação PSD/CDS-PP.

Paulo Cafôfo integra o executivo de António Costa como Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas desde março de 2022.

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