LusoJornal | António Borga (Arquivo)

Presidente da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló foi recebido esta semana no Elysée


O Presidente da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló esteve esta semana em Paris e reuniu-se com o Presidente francês Emmanuel Macron, que o encorajou a formar “rapidamente um novo Governo”.

Emmanuel Macron salientou que a intensificação das relações bilaterais “só é possível através de instituições guineenses fortes e estáveis”, refere a nota de imprensa distribuída pelo Palácio do Eliseu.

No comunicado, os dois chefes de Estado congratularam-se com o relançamento das relações bilaterais, na sequência da visita que Emmanuel Macron fez a Bissau em 28 de julho do ano passado, e a presidência francesa anuncia um novo apoio financeiro a Bissau.

“Em conformidade com os compromissos assumidos em julho de 2022, a França apoiará novamente a Guiné-Bissau este ano com uma ajuda orçamental de três milhões de euros e uma subvenção de quatro milhões de euros para a renovação das infraestruturas desportivas e escolares nos estabelecimentos adjacentes” à abertura em setembro passado, na capital guineense, da nova escola francesa, “que contribui para reforçar o lugar da Guinée-Bissau na francofonia” diz a nota do Elysée.

A Guiné-Bissau vive momentos de tensão política desde o passado dia 01 de dezembro quando elementos das Forças Armadas se envolveram em confrontos, na sequência de uma ação da Guarda Nacional que retirou das celas da Polícia Judiciária dois membros do Governo investigados por alegada corrupção.

De regresso ao país, vindo de uma missão no estrangeiro, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado e responsabilizou o Parlamento por ser foco da desestabilização do país.

Umaro Sissoco Embaló dissolveu o Parlamento e demitiu o Governo saído das eleições e na terça-feira reconduziu Geraldo Martins no cargo de Primeiro-Ministro de um novo executivo, ainda por formar, mas que disse ser de iniciativa presidencial.

No seguimento da Cimeira da CEDEAO do dia 10 de dezembro, Emmanuel Macron e Umaro Sissoco Embaló abordaram tam a questão regional. “Abordaram particularmente a situação na Nigéria. O Presidente francês voltou a evocar o apoio total da França ao Presidente Mohamed Bazoum e lembrou que a sua liberação é uma condição de base para qualquer negociação com os golpistas” lê-se no comunicado da Presidência francesa. “Os dois dirigentes falaram ainda do programa da Troïka que acompanha as transições no Mali, no Burkina-Fasso, mas também na Guiné. Enfim, em vésperas de eleições presidenciais na República Democrática do Congo, partilharam preocupações com a situação na região dos Grandes Lagos”.