LusoJornal / Mário Cantarinha

Présidentielles’22: Nathalie de Oliveira diz que Anne Hidalgo “foi uma má escolha”

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Nathalie de Oliveira, Deputada socialista recentemente eleita para a Assembleia da República portuguesa, mas também militante do Partido Socialista francês, disse ao LusoJornal que a candidatura de Anne Hidalgo foi “uma má escolha”, que o programa “era velho e já tinha 20 anos” e que o balanço do mandato de François Hollande não ajudou o partido nesta eleição.

A Deputada falava ontem na Tertúlia do LusoJornal, numa análise política da primeira volta das eleições presidenciais francesas, e considerou que o resultado para o Partido Socialista francês foi “uma derrota terrível”. Olhando para o 1,75% de votos que o Partido que elegeu François Miterrand conseguiu ter no fim de semana passado, considera que “o resultado foi límpido, foi um fracasso total do Partido”.

“O Partido tem renunciado a trabalhar num projeto, com um programa de convicções e de realismo, que não seja um programa para adormecer ninguém” diz Nathalie de Oliveira. “Este programa tinha 20 anos, não era um programa ambicioso, não era um programa digno do Partido Socialista, que já conquistou grandes progressos sociais”.

A Deputada, que foi durante um mandato Maire Adjointe da cidade de Metz, considera que o balanço de François Hollande “não ajudou o Partido Socialista no âmbito societal” e apenas destacou o direito ao “casamento para todos” e “mesmo assim, foi uma guerra civil durante quase todo o ano”.

“François Hollande foi um dos piores Presidentes que a França teve na última década e meia” disse Nathalie de Oliveira na Tertúlia do LusoJornal.

Por isso, o “fiasco” de Anne Hidalgo “vem de longe” e “é muito anterior a esta eleição”. “Temos uma década e meia sem progresso”.

A própria escolha da candidata é criticada por Nathalie de Oliveira. “Na vida do Partido, há uma tradição e até nas piores alturas havia debate, havia candidaturas e havia um tempo para escolher, por votação, a pessoa que ficava encarregada de defender a bandeira do Partido nas eleições presidenciais. O problema é que esta Direção, com a falta de tempo e devido à situação que passamos, decidiu avançar com a candidatura da Anne Hidalgo. Mas se fosse o Stéphane Le Foll podia ter sido pior, porque vinha com a herança de François Hollande”. A lusodescendente diz que “ainda hoje não sabemos o número de votantes nestas eleições que escolheram a candidata”.

“A França tem regredido” afirma Nathalie de Oliveira, argumentado que são necessárias políticas ousadas, propostas mais ambiciosas, “nomeadamente em termos de proteção social”, porque “interessa levantar o país do chão”.

A Deputada portuguesa, que também já foi candidata a Deputada em França, afirma que o mandato de Emmanuel Macron foi “péssimo”. Diz que “foram anos socialmente violentos, não haja dúvida. Macron tem sido muito fraquinho” e argumenta que ajudou mais os ricos do que os pobres.

No entanto, Nathalie de Oliveira diz que vai fazer barreira à Extrema-Direita e vai votar por Emmanuel Macron no próximo dia 24 de abril.

 

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