LusoJornal | António Borga

Rosa Batoréu é a primeira Embaixadora de carreira a representar Portugal junto da Unesco em Paris

[pro_ad_display_adzone id=”37510″]

 

A Embaixadora Rosa Batoréu, que assume desde dezembro, a função de Representante permanente de Portugal junto da Unesco, em Paris, é a segunda mulher a ocupar este posto, depois de Maria de Lurdes Pintassilgo, há mais de 40 anos.

“A diplomacia foi tradicionalmente, durante séculos, uma profissão masculina, tal como a engenharia era tendencialmente uma profissão masculina” diz a Embaixadora ao LusoJornal. “Só depois do 25 de Abril é que o Ministério dos Negócios Estrangeiros abriu a porta a candidatas mulheres. Até aí não tínhamos essa possibilidade. Maria de Lurdes Pintasilgo não era uma diplomata de carreira, neste caso, eu venho da carreira diplomática”.

Rosa Batoréu já tem aliás uma carreira diplomática com 38 anos. “Hoje em dia, tenho inúmeras colegas que são Embaixadoras, mas não era assim há 10 anos e ainda menos há 20 anos. Como é evidente, nessa altura acho que nem havia nenhuma” diz ao LusoJornal.

Antes de vir para Paris, Rosa Batoréu era Embaixadora de Portugal nos Países Baixos, e também em Haia foi a primeira mulher a representar diplomaticamente Portugal. “Nós temos relações bilaterais com a Holanda desde 1677 e acho que eu fui a primeira mulher nesta longa sequência”.

A tendência atualmente em Portugal é privilegiar os Embaixadores de carreira, mesmo se pela Unesco já passaram Representantes permanentes que não vinham da carreira diplomática. Foi o caso, até dezembro, de António Sampaio da Nóvoa, e já anteriormente de Manuel Maria Carrilho, para citar apenas estes dois.

“Eu diria que a tendência foi sempre a de colocar Embaixadores de carreira. Estes exemplos que citou foram exceções. A nossa diplomacia, ao contrário por exemplo da diplomacia americana, onde, como sabe, os Embaixadores em todas as capitais principais são nomeações presidenciais, nós sempre tivemos uma perspetiva mais estreita no sentido de nomear os funcionários que fazem toda a carreira no Ministério dos Negócios Estrangeiros” explica Rosa Batoréu. “Mas há, desde há décadas, a possibilidade de serem nomeados Embaixadores ‘fora da casa’ e suponho que se manterá no futuro. Mas serão sempre exceções”.

Contrariamente aos Embaixadores que assumem as relações bilaterais entre dois países, no caso da Unesco, trata-se de uma missão multilateral em que cada negociação é feita com um conjunto de outros países.

Rosa Maria Bettencourt Amarante de Ataíde Batoréu Salvador e Brito, nasceu em 4 de agosto de 1959, em Lisboa e é licenciada em Direito pela Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa. Chegou a Paris com uma larga experiência multilateral. Para além de ser Embaixadora de Portugal nos Países Baixos, era também a Representante de Portugal junto dos Tribunais internacionais, a começar pelo Tribunal Penal Internacional de Haia, ou junto da Organização para a proibição de armas químicas. E antes de Haia já tinha passado pela Representação Permanente de Portugal junto das Nações Unidas, em Nova Iorque, foi Representante Permanente Adjunta na Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER), em Bruxelas, passou também pela Organização dos Estados Americanos…

O primeiro grande evento da Embaixadora Rosa Botoréu em Paris foi a coorganização do Dia da Língua Portuguesa, a 5 de maio, e nesse mesmo dia, presidiu à inauguração de uma exposição de Cruzeiro Seixas na sede da Unesco, na place de Fontenoy, em Paris 7.

 

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]