Saúde: Como posso saber se tenho fibromialgia?

[pro_ad_display_adzone id=”37510″]

A fibromialgia é uma doença bastante comum, já que afeta cerca de 4% das mulheres adultas e 1% dos homens. Pode existir isoladamente ou, pelo contrário, estar associada a uma variedade de outras doenças com os quais se pode confundir. Contudo, a sua natureza e o seu tratamento são suficientemente diversos para ser importante saber se tem fibromialgia ou se também tem fibromialgia em associação com outra condição de saúde.

Pondere essa possibilidade caso apresente os seguintes sintomas:

– Dores que afetam várias ou todas as partes do corpo. A probabilidade de serem devidas a fibromialgia será maior caso as dores passem de uns lados para os outros do corpo sem causa aparente. Tipicamente os locais dolorosos não mostram inchaço nem vermelhidão cuja presença e intensidade varie de acordo com as dores. A fibromialgia não justifica deformações visíveis, ao contrário de outras doenças reumáticas que podem coexistir com ela.

– Cansaço excessivo, isto é, mais intenso do que lhe pareça justificar-se pelo esforço físico que faz. É importante ter isto em conta já que as pessoas com fibromialgia são, habitualmente, hiperativas e pouco dadas ao descanso.

– Sono não retemperador, que se traduz em sentir-se já cansado ao acordar, por vezes mais do que quando foi para a cama.

Para que seja feito o diagnóstico de fibromialgia é necessário que o primeiro critério esteja presente e que pelo menos um dos outros 2 seja considerado, por si, como tendo intensidade moderada ou grave. Estes sintomas deverão estar presentes por pelo menos 3 meses antes que possa fazer-se o diagnóstico.

Caso satisfaça estes critérios pode e deve procurar o seu médico, descrever os sintomas e, se necessário, pedir-lhe que considere este diagnóstico. Pode justificar esse pedido com base neste artigo. Idealmente o seu médico aprofundará o inquérito clínico, fará uma observação cuidada, para verificar se existem sinais de outras doenças associadas e pedirá alguns exames complementares. Estes poderão ser completamente normais, o que reforça o diagnóstico, ou mostrar alterações que justifiquem a exploração de outras doenças ou a correção de fatores que agravam os sintomas.

Para avaliar com mais rigor a probabilidade de ter ou não ter fibromialgia e obter um relatório que pode mostrar ao seu médico visite AQUI.

Prepare-se para o facto de que o seu médico possa ter dificuldades em entender o seu sofrimento ou até em aceitar a existência da fibromialgia como entidade médica autónoma, apesar de que isso já se não verifica com a maioria dos clínicos. É bom e justo que saiba que a fibromialgia é uma condição bem estabelecida e reconhecida pela Organização Mundial de Saúde e que está bem demonstrado que os sintomas descritos pelo doente são reais, mormente no que e refere às dores. É importante, apesar disso, que se prepare para promover um diálogo sereno, aberto e construtivo sobre o assunto, caso encontre resistência ou ceticismo.

Prepare-se também para considerar as diferentes modalidades de tratamento que o seu médico lhe pode oferecer. Ler AQUI.

.
Professor Doutor José António Pereira da Silva

Professor de Reumatologia

Universidade de Coimbra

[pro_ad_display_adzone id=”46664″]