Saúde: Dicas para ajudar a tratar a depressão

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Não há saúde sem saúde mental! A saúde foi definida há vários anos pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como um estado de completo bem-estar – físico, mental e social – e não apenas a ausência de doença. Um estado de bem-estar em que cada pessoa é capaz de cumprir o seu potencial, lidar com os desafios normais do dia-a-dia, trabalhar e estabelecer relações positivas.

A depressão é uma das doenças mais comuns e afeta a saúde mental de milhões de pessoas em todo o mundo. Embora seja uma doença e tal como tal não deva ser banalizada, há muitas dicas simples que podem ajudar a evitar e tratar a depressão. Higiene da saúde mental – já ouviram falar?

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1. “Somos o que comemos”

A primeira dica é cuidar da alimentação. Embora as mudanças na dieta não sejam glamorosas, elas são acessíveis e podem ter um impacto grande na saúde mental.

Os médicos que tratam diabetes ou doenças cardíacas já entenderam que a dieta é um fator importante há muito tempo. O cérebro é um órgão como o coração ou o pâncreas e segue muitas das mesmas regras, mas, por vezes, o psiquiatra e o psicólogo falham em falar com os doentes sobre o que eles comem – é essencial.

Sabe-se que a falta de nutrientes essenciais contribui para o aparecimento de problemas de saúde mental. As vitaminas e minerais desempenham um papel importante na neurotransmissão, o processo pelo qual as células nervosas (neurónios) se comunicam entre si e com outras células do corpo.

Sabe-se também hoje que que existe um diálogo entre o cérebro e o intestino, o que nós comemos influencia a nossa saúde mental. Uma alimentação saudável e variada parece ser a resposta.

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2. “Corpo são, mente sã”

Outra dica importante é tornar o exercício físico parte da nossa rotina. Como tomamos banho ou jantamos, o exercício físico também deve estar sempre presente. Podemos inscrever-nos no ginásio ou simplesmente começar a fazer uma caminhada após o almoço no trabalho ou usar as escadas em vez do elevador. O exercício físico ajuda a libertar substâncias que nos fazem sentir bem além de ajudarem a diminuir o risco de várias doenças médicas que estão associadas à depressão. Além disso, também melhora a autoestima e a confiança, que sabemos que são pontos chave.

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3. “Dormir é o melhor remédio”

Uma boa noite de sono pode melhorar o nosso bem-estar mental e ajudar a lidar com as circunstâncias do dia-a-dia. A insónia é tudo menos uma contrariedade que se trata com um comprimido para dormir. Quando não se dorme é preciso perceber porque é que não se dorme. Resolver a causa, melhorar os hábitos de sono com estratégias várias (muito eficazes) e o tratamento com fármacos adequados são os ingredientes de uma boa noite de sono – numa consulta de Psiquiatria todos estes aspetos são abordados.

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4. “Não é só de trabalho que se vive”

Ter momentos de lazer e descanso bem como estabelecer limites claros entre o trabalho e a vida pessoal é essencial. A falta de atenção a este equilíbrio pode aumentar o stress e a ansiedade, o que pode levar à depressão ou impedir a remissão destes sintomas mesmo após a procura de ajuda capaz.

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5. “Quem muito pensa, pouco faz”

Aprender a lidar com o stress também é crucial para evitar a depressão. O stress é uma das principais causas de desequilíbrios químicos no cérebro, o que pode levar a sintomas depressivos. É importante aprender técnicas de relaxamento, como meditação, ioga e respiração profunda, bem como alterar padrões disfuncionais de pensamentos, emoções e comportamentos.

Na prática, entender que é normal sentir medo, ansiedade e tristeza (emoções normais no dia-a-dia), falar com pessoas em quem confiamos sobre os nossos medos e preocupações, não dar espaço a pensamentos catastróficos, reflexo do medo e da nossa ansiedade (Qual é o pior que pode acontecer? – Não é a questão certa, porque quando deixamos de acrescentar pensamentos assustadores ao medo este vai gradualmente desaparecendo, definir um tempo de preocupação e nunca antes da hora de adormecer, manter o foco no que podemos controlar ou pensar num lugar seguro a que temos uma boa associação e nos faz sentir mais tranquilos – estas são algumas das estratégias que são treinadas no decorrer de um acompanhamento em consulta.

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Apesar de existirem práticas que podemos incluir no dia-a-dia de modo a melhorar a nossa higiene mental, quando existe Depressão, a Depressão é uma doença e como tal exige um tratamento estruturado.

Todas estas estratégias são válidas mas, quando o quadro se instala, a Psicoterapia e a introdução de medicamentos adequados são essenciais em conjunto com as mudanças de estilo de vida para a resolução dos sintomas e, acima de tudo, para evitar recorrências ao longo da vida. Dizer a uma pessoa com depressão para ir correr é o mesmo que dizer a uma pessoa com a perna partida para fazer o mesmo ou a uma pessoa com diabetes e que faz insulina para parar de fazer insulina e não comer a sobremesa.

Os antidepressivos contemporâneos têm poucos efeitos adversos e os que têm são mitigáveis e reversíveis com ajustes terapêuticos. Há uma grande variedade de antidepressivos que não engordam e que não dão sonolência, os dois principais receios. Além disso, nenhum deles causa dependência, que é outro receito habitual e que não corresponde à realidade.

Se reconhece sinais e sintomas de depressão em si ou em alguém que lhe é próximo é mandatória uma avaliação capaz numa consulta de Psiquiatria.

Dra Maria Moreno

Médica Psiquiatra

Clínica Fisiogaspar

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