Saúde: Piolhos – o que são esses bichinhos e como aparecem nas nossas cabeças

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Os piolhos são pequenos insetos sem asas que se alimentam de sangue humano (hematófagos). Transmitem-se facilmente de pessoa para pessoa por meio de contacto próximo e partilha de pertences.

Existem três diferentes tipos de piolhos: Os que afetam o couro cabeludo, os que infestam o corpo, e, finalmente, os que afetam a zona púbica. Os três tipos de piolhos diferem substancialmente quanto à morfologia (tamanho e forma) e características clínicas (sintomas que produzem).

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Os piolhos são insetos hematófagos, pelo que se alimentam de sangue humano. Geralmente não podem sobreviver mais do que um a dois dias sem se alimentar de sangue.

O piolho feminino produz uma substância pegajosa que adere firmemente cada lêndea ou ovo à base da haste do cabelo. As lêndeas eclodem em seis a nove dias, e ficam colados no cabelo junto à raiz.

O piolho transforma-se num piolho adulto em aproximadamente nove a 12 dias, com capacidade de reprodução e pôr ovos (até 10 por dia). Este ciclo pode repetir-se a cada três semanas.

Podem passar entre duas a três semanas, ou, às vezes mais, até sentir a comichão intensa, tão característica desta infestação.

Acabar com os piolhos

Existem produtos de venda nas farmácias com capacidade de matar os piolhos, como, por exemplo, loções e champôs com Permetrina, Malatião, Lindano e Ivermectina. Todos eles bastante irritantes para o couro cabeludo, pelo que é importante seguir rigorosamente as recomendações de utilização indicadas pelos fabricantes e ter especial atenção aos couros cabeludos de crianças pequenas.

Em casos de infestações resistentes ao tratamento tópico, é possível fazer tratamento com Ivermectina oral.

Qualquer um dos tratamentos descritos anteriormente deve ser acompanhado de eliminação manual de piolhos e lêndeas com um pente fino e deve ser repetido semanalmente para eliminar possíveis lêndeas e piolhos antes de iniciarem o ciclo reprodutivo.

Há controvérsia em torno da necessidade de limpar os objetos pessoais das pessoas com piolhos ou lêndeas e de impedir as crianças de frequentar escolas. Não há dados de suporte a essa abordagem. Habitualmente, recomenda-se a substituição de itens pessoais como toalhas e lençóis ou limpeza completa, seguido por secagem a 54°C durante 30 minutos (os piolhos e lêndeas não resistem ao calor). Os itens que não podem ser lavados podem ser colocados em sacos plásticos hermeticamente fechados por duas semanas para matar os piolhos, que vivem apenas cerca de 10 dias.

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Alguns produtos vendidos sem prescrição médica, afirmam repelir os piolhos, mas são necessárias mais pesquisas para provar a sua segurança e eficácia.

Muitos estudos mostraram que os ingredientes de alguns desses produtos – principalmente óleos vegetais, como coco, alecrim e árvore do chá – podem ser úteis para repelir piolhos. No entanto, estes produtos são classificados de “naturais”, o que significa que não são regulamentados pelo Infarmed ou Food and Drug Administration (FDA). A sua segurança e eficácia não foram demonstradas.

A melhor abordagem é tomar medidas rigorosas para eliminar os piolhos e as lêndeas numa fase inicial da infestação e fazer uma inspeção direta periódica da cabeça das crianças.

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O contágio apenas é possível se houver contacto direto com os piolhos ou as lêndeas (ovos). Os piolhos não têm a capacidade de saltar ou voar, pelo que o contágio só é possível:

Contacto corporal ou entre cabeças. Isso pode acontecer quando crianças ou membros da família brincam e interagem perto uns dos outros (forma de contágio mais frequente nas creches e escolas);

Roupas e outros pertences guardados nas proximidades de objetos infestados, como peluches, fronhas, pentes e mantas, por exemplo;

Objetos partilhados entre amigos e familiares. Podem ser roupas, escovas, pentes, acessórios de cabelo, toalhas, cobertores, fronhas ou brinquedos de peluche;

Contacto com móveis que tenham piolhos. Deitar numa cama ou sentar em sofás cobertos de panos que acabaram de ser usados por uma pessoa com piolhos pode aumentar a probabilidade de uma infestação. Os piolhos podem viver entre um a dois dias sem entrar em contacto com o corpo.

Contacto sexual. Os piolhos da região púbica geralmente são transmitidos por contacto sexual e afetam, de forma mais frequente, os adultos.

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Os piolhos do couro cabeludo não causam nenhuma doença, apenas os efeitos secundários da infestação como o prurido intenso (comichão) e possível infeção bacteriana secundária da zona, no entanto, os piolhos do corpo são vetores importantes de Febre Recorrente, Febre das Trincheiras e Epidemia de Tifo.

Não há associação do piolho do couro cabeludo ou da zona púbica com a falta de higiene ou baixo status socioeconómico, ao contrário do que se considera no caso da infestação dos piolhos do corpo.

Sendo que as medidas preventivas são muito difíceis de controlar e implementar, como, por exemplo, minimizar o contacto de crianças nas escolas, e não existem no mercado produtos comprovados cientificamente para este fim, a recomendação é de fazer uma vigilância ativa e iniciar o tratamento de forma atempada para prevenir infestações mais graves.

Dra Alia Ramazanova

Médica especialista em cabelo

Clínica Personal Derma

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