Socialistas em França assinam Manifesto que defende referendo para decidir apoio a candidato presidencial_LusoJornal·Política·10 Janeiro, 2025 Mais de uma centena de militantes do Partido Socialista, de todas as regiões do país e das comunidades portuguesas no estrageiro, assinaram um Manifesto em defesa de um referendo interno para a tomada de decisão sobre o candidato presidencial a ser apoiado pelo PS. Na lista está António Oliveira, Secretário-Coordenador da Secção do PS português em Paris e Isabel Barradas, Secretária-Coordenadora da Secção do PS português em Bordeaux. “Vivemos tempos em que a transparência, a democracia participativa e a participação ativa dos cidadãos na res publica devem ser pilares incontestáveis da política” começa o texto. “O Partido Socialista, como obreiro do Estado de Direito Democrático, dos valores republicanos e da igualdade, deve ser um exemplo de abertura e renovação democrática. A escolha do candidato presidencial a ser apoiado pelo partido é um momento crucial, pois não só define o rumo da nossa representação institucional, mas também reflete os princípios que orientam a nossa ação política”. Por isso, os militantes socialistas propõem que essa escolha seja feita por meio de um “referendo interno”, permitindo que todos os militantes e simpatizantes do Partido Socialista se expressem diretamente sobre quem deve ser o candidato apoiado pelo PS à Presidência da República nas eleições de 2026. “O Partido Socialista é um partido com uma matriz fundacional arreigadamente democrática, e como tal, deve dar permanentemente voz à sua base social de apoio. A realização de um referendo para a escolha do candidato presidencial a ser apoiado pelo PS fortalecerá a democracia interna do partido, pois permitirá que a decisão seja tomada de forma alargada e não apenas por um pequeno grupo de dirigentes. A participação ativa dos militantes e simpatizantes é uma forma de honrar os valores democráticos que defendemos e promover um processo político mais transparente, inclusivo e representativo” lê-se no texto enviado ao LusoJornal. “Sempre que o Partido Socialista abriu as portas à cidadania, ganhou mais força e mobilizou os portugueses, inaugurando novos ciclos políticos. Foi assim em 1983, quando, durante a liderança de Mário Soares, o PS realizou um referendo interno sobre a política de alianças, abrindo caminho, por vontade expressa das suas bases, à formação do governo do ‘bloco central’. Foi assim em 1995, quando, sob a liderança de António Guterres, foram lançados os Estados Gerais, que conduziram o PS ao governo, ao fim de 10 anos de ‘cavaquismo’. Foi assim em 2014, quando, sob a liderança de António José Seguro, foram realizadas primárias abertas para a escolha do candidato a Primeiro-Ministro, ganhas por António Costa, que passados poucos meses chegaria ao poder. E assim poderá ser em 2025, com a realização de um referendo aberto à base social de apoio do PS, que dê voz aos militantes e simpatizantes, para que estes possam escolher entre diversas personalidades que se identifiquem com os valores do socialismo democrático e da social-democracia, quer sejam militantes ou independentes, e que almejem ter o apoio do PS nas eleições presidenciais de 2026”. As mais longe, os militantes socialistas referem que “a escolha do apoio a um candidato presidencial por referendo é uma maneira de assegurar que o Partido Socialista não será refém de escolhas pessoais ou de interesses particulares, mas sim de uma vontade expressa pela maioria de seus militantes e simpatizantes”. “A política portuguesa carece de renovação, não apenas nas suas instituições, mas também nos processos de tomada de decisão. O Partido Socialista, como força progressista e inovadora, deve ser protagonista dessa renovação. Ao abrir a escolha do apoio a um candidato presidencial, através da realização de um referendo, o partido demonstra compromisso com a mudança e com a ampliação e aprofundamento da participação política, tornando-se um exemplo para outros partidos e para a sociedade em geral. Esse gesto reforça a ideia de que a política não deve ser um espaço fechado, mas sim um espaço aberto à diversidade de opiniões e à construção comunitária. A sociedade portuguesa está cada vez mais exigente no que diz respeito à participação cívica. As novas gerações, em particular, esperam um modelo de política mais transparente e menos distante da realidade concreta dos cidadãos. Um referendo interno para a definição do apoio a um candidato presidencial é uma resposta a essa demanda, proporcionando uma forma mais direta e clara de participação nas decisões que afetam o futuro do país”. Por tudo isto, os signatários do Manifesto agora divulgado defendem a realização de um referendo será “um passo fundamental para fortalecer a democracia intrapartidária, garantir a legitimidade do apoio ao candidato escolhido, renovar a política portuguesa e promover a coesão dentro do partido”. Para além de António Oliveira e Isabel Barradas, assinam também este manifesto Alcino Francisco, Diogo Costa, Tiago Corais e Catarina Ladeira Lima do Reino Unido, Carlos Maior Ferreira, Manuel Campos e Alfredo Stoffel da Alemanha e Sílvia Paradela da Bélgica.