Collectif Les Bâtards Dorés

Teatro: Teatromosca investe na Francofonia e em parcerias com entidades francófonas


O Teatromosca, companhia de teatro portuguesa com sede no concelho de Sintra, anuncia uma série de colaborações, coproduções e parcerias com entidades francófonas e a divulgação de dramaturgia contemporânea em língua francesa.

Após a celebração de 25 anos de atividade continuada e inúmeras colaborações com estruturas francesas como o La Virgule – Centre Transfrontalier de Création Théâtrale (Lille), o Théâtre de la Tête Noire (Saran), o Collectif Mind the Gap (Orléans) ou a associação Les Scènes Appartagées (Paris), o coletivo sintrense dá mais um importante passo no fortalecimento da sua relação com o teatro francófono contemporâneo.

“Com um foco crescente na divulgação da mais recente dramaturgia em língua francesa, o Teatromosca abraça agora novos desafios artísticos e expande as suas colaborações internacionais”, preparando a estreia de um espetáculo bilingue, em português e francês, na Festa da Francofonia de 2025.

“Na Floresta Desaparecida”, com texto de Olivier Sylvestre, tradução de Margarida Madeira e encenação de Mário Trigo, em coprodução com a Hipérion Projeto Teatral, estreará no dia 5 de abril, no AMAS – Auditório Municipal António Silva, espaço cultural sintrense gerido e programado desde 2018.

“Trata-se, efetivamente, do segundo andamento de um ciclo de criações teatrais dedicadas ao público jovem, em colaboração com esta outra estrutura teatral portuguesa dirigida pelo encenador Mário Trigo, depois da estreia em 2024 do espetáculo ‘História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar’, adaptação do romance homónimo de Luis Sepúlveda” lembra, em comunicado enviado às redações, a companhia. “Na Floresta Desaparecida” é uma peça orientada para crianças e jovens a partir dos 10 anos de idade, e já tem programadas representações em França, no Théâtre de la Tête Noire, em Saran, nos dias 16 e 17 de maio.

O autor Olivier Sylvestre estará em Portugal para assistir à estreia deste espetáculo e para encontros com escolas, a convite do Teatromosca e das Embaixadas de França e do Canadá. Tratando-se de um texto inédito em Portugal, será publicado pela editora moscaMORTA, projeto editorial da responsabilidade do Teatromosca.

Esta não é a primeira peça peça francófona editada pela moscaMORTA, que já publicou “Eu não Gosto da Minha Irmã” e “Eu Quero Ser a Mais Velha!” do encenador e dramaturgo francês Sébastien Joanniez, que o Teatromosca levou a cena em 2022; e “Respirar (doze vezes)”, da dramaturga francesa Marie Suel, que estreou em 2023, com encenação de Patrice Douchet, em coprodução com o Teatro Art’Imagem, da Maia, e a La Tête Noire – La Compagnie, de Saran.

“O Teatromosca continuará a cooperar, ativamente, com companhias de teatro francesas, promovendo trocas dinâmicas de ideias artísticas e intercâmbio de projetos teatrais, como acontecerá com a La PeTiTe CompAgnie, dirigida por Tiphaine Guitton, e a La Tête Noire – La Compagnie, companhias que serão acolhidas na próxima edição do “Muscarium”, festival organizado pelo teatromosca em Sintra durante o mês de setembro”.

Também está prevista a estreia em Saran do espetáculo bilingue “Catita”, criação de Pedro Alves, Maria Gil e Miguel Catita, com produção do Teatromosca.

“Paralelamente, refletindo o empenho da companhia sintrense em reforçar os laços culturais entre Portugal e França, prepara-se já uma cocriação com o Collectif Les Bâtards Dorés, estrutura dedicada à investigação e criação teatral, fundada em 2013 pelos jovens criadores Romain Grard, Lisa Hours, Christophe Montenez, Jules Sagot e Manuel Severi” assume a companhia. O espetáculo “Matadouro”, com texto de Jules Sagot e encenação de Lisa Hours, contará com interpretação dos atores portugueses Pedro Alves e Leonor Cabral, do Teatromosca, e dos atores franceses Ferdinand Niquet-Rioux e Manuel Severi, com banda sonora original do músico português The Legendary Tigerman, que tem estreia prevista em Agualva-Cacém, no final de 2026.

“Estas parcerias sublinham o crescente reconhecimento e influência do Teatromosca no panorama teatral internacional e reafirmam a sua dedicação na promoção do diálogo intercultural através das artes performativas” lê-se num comunicado enviado ao LusoJornal.

“Acreditamos que o teatro deve assumir-se, claramente, como uma ponte privilegiada entre culturas, e esta nova fase do nosso trabalho permite-nos explorar novas narrativas, desafiar perspetivas e trazer vozes diferentes e inovadoras para Sintra, para Portugal, para os nossos públicos, ao mesmo tempo que procuramos alcançar outros territórios e outras pessoas, para lá das fronteiras portuguesas”, afirma Pedro Alves, que assume a Direção artística do Teatromosca com Maria Carneiro. “Colaborar com companhias de teatro francesas, divulgar o trabalho de jovens dramaturgos francófonos, ou participar na Festa da Francofonia são oportunidades entusiasmantes para aprofundarmos a nossa ligação com o teatro internacional contemporâneo”.