Um ano depois: Marcha Branca em Nantes pede justiça para Steve Maia Caniço

Esse domingo, dia 21 de junho, às 15h00, vai ter lugar uma Marcha Branca em memória do jovem Steve Maia Caniço, em Nantes. Foi há um ano, aquando de uma intervenção policial controversa, num concerto de música “electro” na Noite da Festa da Música, o jovem lusodescendente caiu à água e só foi encontrado um mês depois.

A Prefeitura autorizou a Marcha Branca “no respeito das medidas sanitárias ligadas à epidemia de Covid-19”.

Steve Maia Caniço, com 24 anos, era animador num Centre de Loisirs, e tornou-se num símbolo em Nantes, onde o slogan “Justice pour Steve” é ouvido em várias manifestações.

A organização diz que a Marcha vai seguir até ao Quai Wilson, o lugar onde Steve caiu, mas o local foi vedado com barreiras e arrame farpado. Promete também que haverá animação, mas a Prefeitura já disse que não autoriza nenhuma concentração, nem festa. Também não autoriza a circulação de camiões com som, nem a venda de álcool.

Há vários processos em curso para que seja feita justiça sobre este caso, e a família do lusodescendente é representada pela advogada – também de origem portuguesa – Cécile de Oliveira. A acusação diz que os polícias fizeram uma intervenção com gás lacrimogénio, vários jovens caíram à água e só Steve Maia Caniço não voltou a subir para a margem. Não há, porém, nenhuma testemunha ocular do incidente.

89 dos jovens participantes também apresentaram queixa contra a intervenção policial, e os próprios polícias feridos nessa noite também apresentaram queixa.

O IGPN – a polícia da polícia – fez um inquérito e apurou que não é possível estabelecer uma ligação entre a intervenção da polícia e a morte do jovem franco-português. Um outro inquérito da Inspeção Geral da Administração (IGA) concluiu que a polícia reagiu em legítima defesa, mas o Ministro francês do Interior, Christophe Castaner acabou por transferir o Comissário que geriu a operação.

 

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