Voleibol: Brasileiro Diógenes Zagonel, a paixão pelo Toulouse

O Spacer’s Toulouse Volley é o clube que representa a cidade do Sul da França que está na primeira divisão francesa de voleibol, a Ligue A.

Nesta época 2018-2019, o clube conseguiu ficar na primeira divisão, terminando no 11° lugar. O Spacer’s contaram com o contributo do Brasileiro André Radtke. No entanto não era o único Brasileiro na estrutura da equipa. Diógenes Zagonel, que encerrou a carreira de jogador na temporada passada, faz agora parte da equipa técnica liderada pelo Francês Stéphane Sapinart.

Diógenes Zagonel «Zago», de 38 anos, é uma das figuras do clube, ele que jogou no Toulouse durante dez anos. Um percurso cheio de paixão pela cidade do Sul da França.

 

Pensava ficar tantos anos em França quando chega em 2007 para representar o Montpellier?

Não pensava ficar tantos anos em França. Antes de vir para França, o meu sonho era jogar na Itália, e queria ficar por muitos anos em território italiano, porque tenho origens italianas e queria saber um pouco mais sobre essas origens. Quando eu cheguei a França, joguei um ano no Montpellier e fui muito bem recebido. Senti-me muito bem em território francês. Em Toulouse, logo que cheguei senti-me em casa, as pessoas do clube trataram-me bem, os dirigentes, os patrocinadores e os adeptos, toda a gente. Além de uma relação profissional, acabou por ser uma relação humana. Por isso tive essa vontade de permanecer aqui em França por muitos anos.

 

Ficou dez anos no Toulouse…

A relação humana foi muito forte com o Toulouse. Depois admito também que a estrutura do clube era muito boa e permitia ter boas condições de trabalho. O ginásio era bom, o clube era organizado financeiramente e nunca teve problemas financeiros. Hoje esse aspeto é muito importante para um atleta, porque noutros países há falta de pagamentos e de condições corretas. Aqui em Toulouse, eu sempre tive tudo. Isto sem falar da qualidade de vida em Toulouse. Fazia-me pensar na minha cidade no Brasil. No inverno, o ritmo de vida não muda muito, não temos muita neve por exemplo, e no verão estamos bem posicionados, perto da montanha e perto do mar. Toulouse está bem posicionado geograficamente.

 

Nunca teve vontade de sair?

Sempre me senti seguro, sempre tive contratos que me satisfaziam e isto sem nunca precisar de agente. Eu sempre gostei de programar a vida, ter segurança no que faço, nunca fui muito aventureiro. Queria controlar a situação e aqui no Toulouse tinha isso enquanto jogador. Quando tem uma estabilidade financeira, pode pensar no futuro e em fazer aquisições por exemplo, como uma casa. Foi sempre muito fácil renovar com o Toulouse ao longo dos 10 anos que representei a equipa. E tive propostas para sair, provenientes da Polónia, da Russia e da Italia, e até do Brasil. Eram propostas melhores, mas eu estava bem no Toulouse. Eu e a minha família claro, a minha esposa e o meu filho que nasceu em Toulouse. Isto também sem falar das condições de educação e de saúde que se tem em França. Eu não tinha dúvida nenhuma que tinha de ficar aqui pela qualidade de vida e para o futuro do meu filho.

 

No entanto nunca venceu nenhum título com o Toulouse…

Foi um sabor amargo que tive no Toulouse, foi não vencer nenhum título. Eu gostaria ter ganho algo com o Toulouse, este clube merece, é um excelente clube. Fiz duas finais da Taça de França e uma do Campeonato, mas sempre perdemos. No entanto apesar de não ter vencido títulos, quero referir que realizei um sonho com o Toulouse, que foi disputar a Liga dos Campeões de Voleibol.

 

Agora é Treinador adjunto no Spacer’s…

No Voleibol, poucos jogadores ganham muito dinheiro e podem parar de trabalhar depois da carreira. Eu não ganhei muito dinheiro então sempre pensei nesse futuro. Seria complicado para mim voltar para o mercado de trabalho porque não tenho experiência profissional e não acabei os meus estudos, não teria nenhuma hipótese. Este ano, ainda devia estar como jogador, mas o clube fez-me uma proposta para ficar no clube e fazer uma formação para ser Treinador. Foi uma honra ter esta oportunidade. Com um salário, estando ligado ao clube, segui essa formação e sou Adjunto na equipa, mesmo se durante o ano não podia estar no banco de suplentes porque não tinha essa formação. Na próxima época já vou poder estar sentado no banco como Adjunto oficialmente. Tenho um CDI com o Toulouse, então vou continuar como até agora no Toulouse. No próximo ano vou ser Adjunto na equipa principal e também quero continuar a trabalhar com os jovens do centro de formação. Acho importante ter também outras responsabilidades.

 

Vencer títulos enquanto Treinador também pode ser um sonho?

Claro que seria um sonho vencer títulos com o Toulouse como Treinador. Eu acho que uma das finalidades no desporto é ganhar títulos. É um desafio. Eu sou um jovem Treinador e ainda tenho muito pela frente. Seria muito gratificante ganhar títulos como Treinador.

 

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