LusoJornal / Carlos Pereira

72 Empresas portuguesas participam no salão Batimat em Paris

A Câmara de comércio e indústria franco-portuguesa (CCIFP) organizou ontem uma visita de empresários franco-portugueses ao Salão Mundial Batimat, o maior salão mundial dedicado aos fabricantes de materiais e equipamentos para a construção civil.

72 empresas de Portugal estão presentes neste certame que decorre esta semana, de 6 a 10 de novembro, no Parque de exposições de Paris Nord-Villepinte com mais de 2.400 expositores, cerca de metade estrangeiros, e mais de 340.000 visitantes esperados. Este ano, o salão põe em destaque os países da lusofonia, como esplicou ao LusoJornal o Diretor internacional do Batimat.

A CCIFP aproveitou para assinar um Protocolo de cooperação com a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), na presença do Cônsul Geral de Portugal em Paris, António de Albuquerque Moniz e do Delegado da AICEP em França, Rui Almas.

 

Um setor em crescimento

“Depois de uma crise que foi prolongada em Portugal, mas que também afetou a Europa, estamos agora num momento em que o setor da construção civil readquire uma posição estratégica como motor das economias europeias e em particular em Portugal” explicou ao LusoJornal Manuel Joaquim Reis Campos, o Presidente da AICCOPN, a maior associação de tecido empresarial português. “Em Portugal existem cerca de 97.000 empresas de construção e o setor hoje representa cerca de 18% do PIB. É um setor forte, que representa também 50,1% do investimento nacional. É um setor da qual a economia depende”.

“Sabemos que o setor da construção civil é um setor de grande importância. Sendo o Batimat um dos salões mais importantes no mundo nesta área, era importante que Portugal tivesse uma presença forte” confirma o Cônsul Geral de Portugal em Paris, António de Albuquerque Moniz.

Também Rui Almas, o Diretor da AICEP em França confirma que o setor dos materiais de construção tem uma grande relevância nas exportações portuguesas para França. “Temos mais 9 empresas presentes nesta feira do que na última edição, em 2015” explicou ao LusoJornal. “É um grupo de empresas muito relevantes, mas também há um grupo importante de empresas que não tendo stand na feira, a visitam à procura de novos negócios”.

Esta é uma feira âncora, a mais importante feira mundial no âmbito da construção e dos materiais da construção. Por isso, as empresas aproveitam para perceberem as tendências, estabelecerem parcerias com empresas de outros países, procurarem comerciais…

Para Rui Almas, há duas razões que explicam o aumento considerável de expositores portugueses. Por um lado, “o setor da construção civil em Portugal, que teve uns anos com alguma dificuldade, está nesta altura numa fase de crescimento sustentado. O setor está a crescer em Portugal, está mesmo a passar um bom momento” explica ao LusoJornal.

Mas a segunda razão, é o facto de Paris vir a organizar os Jogos Olímpicos de 2024. “Esta região vai tornar-se um grande estaleiro nos próximos anos e portanto há aqui oportunidades para as empresas portuguesas que já cá estão a trabalhar e instaladas nesta área, mas também para outras que estão em Portugal, mas que poderão vender produtos, materiais e serviços”.

O Cônsul de Portugal também confirma que “vão ser construidos muitos edifícios, vai ser feita a Cidade olímpica e estou certo que as empresas portuguesas, com a sua experiência e com o valor acrescentado que representam, vão também dar um contributo importante para a construção dessas infraestruturas olímpicas”.

Aliás António Moniz acrescenta que “uma grande parte dos empresários portugueses aqui em França, estão tradicionalmente ligados ao setor da construção. Isso já vem de há várias décadas”.

Foi aliás por isso que Carlos Vinhas Pereira, o Presidente da CCIFP, justificou a visita da Câmara de comércio e indústria franco-portuguesa à Batimat. “A CCIFP aproxima-se de 450 membros, tendo uma maioria na construção civil, embora cada vez temos mais empresas em ramos mais diversificados como a dos serviços, start-ups, tecnologia, transportes,…” explica ao LusoJornal.

Carlos Vinhas Pereira estava acompanhado por outros Administradores da Câmara de comércio, nomeadamente José Trovão, Carlos Ferreira, Georges Barbosa Ferreira, assim como Marie Reis de Bragelongne, Administradora e interinamente Diretora executiva da CCIFP.

 

Forte desenvolvimento internacional

As empresas portuguesas internacionalizam cada vez mais a sua atividade. Os anos de crise foram impulcionadores para uma atividade intensa a nível internacional. “Hoje Portugal está na moda, Portugal vive um acréscimo significativo, uma procura do turismo, do investimento estrangeiro e portanto Portugal vive hoje um momento particular para o setor da construção e do imobiliário, por isso faz todo o sentido estarmos aqui nesta feira” explicou ao LusoJornal Manuel Joaquim Reis Campos, o Presidente da AICCOPN.

A empresa Modulo Green Vertical Solutions veio pela primeira vez ao Batimat. A empresa especializou-se em fachadas vegetalizadas e comercializa soluções para a vegetalização vertical. “A fachada vegetalizada está a surgir agora no mercado da construção, mas há muito mercado, há muito potencial” garante a gestora de clientes Patrícia Guerra, presente na feira.

A empresa já tem uma filial em Paris, e exporta essencialmente para o Norte da Europa, para a Holanda, Alemanha, Bélgica, mas está também no mercado em Angola. “O mercado em Portugal é que é o mais tímido. Esperamos poder vir a desenvolver” diz Patrícia Guerra. “Atualmente o mercado internacional representa 90 a 95% das nossas vendas. Porque é um mercado que já está mais aberto a estas questões ambientais e às normas a que têm de responder”.

Patrícia Guerra diz que é “muito importante” vir ao Batimat, “porque estão aqui muitos países da África, muito interessados pelo nosso sistema, o que representa um mercado novo para nós, mas também países como o Japão, a China, que também são novos mercados que queremos atingir”.

O grupo O Feliz Eletromecânica participa pela segunda vez no certame. “Já estivemos cá em 2015 e tivemos uma excelente experiência enquanto expositores. E achámos que deviamos voltar a estar presentes. A feira realiza-se de dois em dois anos e isso também nos permite trazer algumas novidades dos nossos produtos e dos nossos serviços” explica a gestora comercial Alexandra Feliz.

Alexandra Feliz considera que “a França é um mercado maduro, importante, que priviligia a qualidade e é precisamente aquilo que a nossa empresa também procura oferecer aos seus clientes e aos seus parceiros”. A empresa já tem uma unidade fabril em Angola e está com processos em curso em Moçambique e na Argélia. Mas Alexandra Feliz garante que “todos os países são importantes. Temos sido visitados por muitos clientes da Argélia, de Marrocos, da Costa do Marfim, já passaram por aqui pessoas da América Latina, do Chile, do México, do Panamá,… tem sido uma experiência muito interessante e temos recebido bons contactos”.

Também Joana Ramos da Blocotelha – que comercializa no salão o novo produto Skin Zip – confirmou ao LusoJornal que esta “é uma feira de extrema importância, é uma montra internacional, nós já estamos em vários países, na Europa, no Magrebe, e queremos exponenciar mais a nossa imagem e mostrar ao mundo aquilo que temos para oferecer”.

A Blocotelha abriu recentemente uma filial em França. “O mercado português é sempre um mercado importante, é lá que a empresa existe e tem uma excelente imagem de marca no mercado. No entanto já estamos no mercado internacional há muitos anos, e neste momento a França é um dos principais mercados que temos a nível internacional e queremos continuar a crescer, queremos ter novos negócios” afirma Joana Ramos.

O Salão Batimat recebe amanhã a visita de um membro do Governo português.

 

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